quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: movimento hip hop e sua relação com a sociedade urbana


ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: movimento hip hop e sua relação com a sociedade urbana
Professor: Rafael Gama

O Islã dos manos
Islã cresce na periferia das cidades do Brasil. Jovens negros tornam-se ativistas islâmicos como resposta à desigualdade racial. O que pensam e o que querem os muçulmanos do gueto?

O ISLÃ NA LAJE
Carlos Soares Correia virou Honerê Al-Amin Oadq. Ele é um dos principais divulgadores muçulmanos do ABC paulista. Na foto, na periferia de São Bernardo do Campo, onde vive, reza e faz política
Cinco vezes ao dia, os olhos ultrapassam o concreto de ruas irregulares, carentes de esgoto e de cidadania, e buscam Meca, no outro lado do mundo. É longe e, para a maioria dos brasileiros, exótico. Para homens como Honerê, Malik e Sharif, é o mais perto que conseguiram chegar de si mesmos. Eles já foram Carlos, Paulo e Ridson. Converteram-se ao islã e forjaram uma nova identidade. São pobres, são negros e, agora, são muçulmanos. Quando buscam o coração islâmico do mundo com a mente, acreditam que o Alcorão é a resposta para o que definem como um projeto de extermínio da juventude afro-brasileira: nas mãos da polícia, na guerra do tráfico, na falta de acesso à educação e à saúde. Homens como eles têm divulgado o islã nas periferias do país, especialmente em São Paulo , como instrumento de transformação política. E preparam-se para levar a mensagem do profeta Maomé aos presos nas cadeias. Ao cravar a bandeira do islã no alto da laje, vislumbram um estado muçulmano no horizonte do Brasil. E, ao explicar sua escolha, repetem uma frase com o queixo contraído e o orgulho no olhar: "Um muçulmano só baixa a cabeça para Alá - e para mais ninguém".
Honerê, da periferia de São Bernardo do Campo, converteu Malik, da periferia de Francisco Morato, que converteu Sharif, da periferia de Taboão, que vem convertendo outros tantos. É assim que o islã cresce no anel periférico da Grande São Paulo. Os novos muçulmanos não são numerosos, mas sua presença é forte e cada vez mais constante. Nos eventos culturais ou políticos dos guetos, há sempre algumas takiahs cobrindo a cabeça de filhos do islã cheios de atitude. Há brancos, mas a maioria é negra. "O islã não cresce de baciada, mas com qualidade e com pessoas que sabem o que estão fazendo", diz o rapper Honerê Al-Amin Oadq, na carteira de identidade Carlos Soares Correia, de 31 anos. "Em cada quebrada, alguém me aborda: `Já ouvi falar de você e quero conhecer o islã´. É nossa postura que divulga a religião. O islã cresce pela consciência e pelo exemplo."
Em São Paulo, estima-se em centenas o número de brasileiros convertidos nas periferias nos últimos anos. No país, chegariam aos milhares. O número total de muçulmanos no Brasil é confuso. Pelo censo de 2000, haveria pouco mais de 27 mil adeptos. Pelas entidades islâmicas, o número varia entre 700 mil e 3 milhões. A diferença é um abismo que torna a presença do islã no Brasil uma incógnita. A verdade é que, até esta década, não havia interesse em estender uma lupa sobre uma religião que despertava mais atenção em novelas como O clone que no noticiário.
O muçulmano Feres Fares, divulgador fervoroso do islamismo, tem viajado pelo Brasil para fazer um levantamento das mesquitas e mussalas (espécie de capela). Ele apresenta dados impressionantes. Nos últimos oito anos, o número de locais de oração teria quase quadruplicado no país: de 32, em 2000, para 127, em 2008. Surgiram mesquitas até mesmo em Estados do Norte, como Amapá, Amazonas e Roraima.
Autor do livro Os muçulmanos no Brasil, o xeque iraquiano Ishan Mohammad Ali Kalandar afirma que, depois do 11 de setembro, aumentou muito o número de conversões. "Os brasileiros tomaram conhecimento da religião", diz. "E o islã sempre foi acolhido primeiro pelos mais pobres."
Na interpretação de Ali Hussein El Zoghbi, diretor da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil e conselheiro da União Nacional das Entidades Islâmicas, três fatores são fundamentais para entender o fenômeno: o cruzamento de ícones do islamismo com personalidades importantes da história do movimento negro, o acesso a informações instantâneas garantido pela internet e a melhoria na estrutura das entidades brasileiras. "Os filhos dos árabes que chegaram ao Brasil no pós-guerra reuniram mais condições e conhecimento. Isso permitiu nos últimos anos o aumento do proselitismo e uma aproximação maior com a cultura brasileira", afirma.
Eles trazem ao islã a atitude hip-hop e a formação política do movimento negro
A presença do islã na mídia desde a derrubada das torres gêmeas, reforçada pela invasão americana do Afeganistão e do Iraque, teria causado um duplo efeito. Por um lado, fortalecer a identidade muçulmana de descendentes de árabes afastados da religião, ao se sentir perseguidos e difamados. Por outro, atrair brasileiros sem ligações com o islamismo, mas com forte sentimento de marginalidade. Esse último fenômeno despertou a atenção da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que citou no Relatório de Liberdade Religiosa de 2008: "As conversões ao islamismo aumentaram recentemente entre os cidadãos não-árabes".
Os jovens convertidos trazem ao islã a atitude do hip-hop e uma formação política forjada no movimento negro. Ao prostrar-se diante de Alá, acreditam voltar para casa depois de um longo exílio, pois as raízes do islã negro estão fincadas no Brasil escravocrata. E para aflorar no Brasil contemporâneo, percorreram um caminho intrincado. O novo islã negro foi influenciado pela luta dos direitos civis dos afro-americanos, nos anos 60 e, curiosamente, por Hollywood. Cruzou então com o hip-hop do metrô São Bento, em São Paulo , nos anos 80 e 90. E ganhou impulso no 11 de setembro de 2001.
ATIVISTAS O grupo de Malik (à esq.) e Sharif sonha com um estado islâmico no Brasil, quer construir uma comunidade muçulmana na periferia e levar a religião aos presos nas cadeias
Para contar essa história é preciso voltar a 1835, em Salvador, na Bahia, onde a revolta dos malês, liderada por negros muçulmanos, foi a rebelião de escravos urbanos mais importante da história do país. Pouco citada nos livros escolares, depois de um largo hiato ela chegou às periferias pela rima do rap. Lá, uniu-se ao legado do ativista americano Malcolm X, assimilado pela versão do filme de Spike Lee, de 1992. E ao 11 de setembro, que irrompeu na TV, mas foi colado às teorias conspiratórias que se alastram na internet.
É esse o islã que chega para os mais novos convertidos. E com maior força em São Paulo , porque a capital paulista foi o berço duro do hip-hop no Brasil - movimento histórico de afirmação de identidade da juventude negra e pobre. A tentacular periferia paulista é, como dizem os poetas marginais, a "senzala moderna". E cada novo convertido acredita ter dentro de si um pouco de malê. Não é à toa que Mano Brown, o mais importante rapper brasileiro, mesmo não sendo muçulmano, diz no rap "Mente de vilão": No princípio eram trevas, Malcolm foi Lampião/Lâmpada para os pés/Negros de 2010/Fãs de Mumia Abu-Jamal, Osama, Saddam, Al-Qaeda, Talibã, Iraque, Vietnã/Contra os boys, contra o GOE, contra a Ku-Klux-Klan.
"Fico assustado com a linguagem desses rappers, mas não tem mais jeito. Alastrou. Depois que o fogo pega no mato, vai embora. O islã caiu na boca da periferia. E não sabemos o que vai acontecer. É tudo por conta de Alá", diz Valter Gomes, de 62 anos. Ele parece mais encantado que temeroso. Nos anos 90, "advogou" diante das organizações do movimento negro do ABC paulista e dos guetos de São Paulo com grande veemência. Defendeu que a salvação para os afro-brasileiros era a religião anunciada por Maomé quase 15 séculos atrás: "Irmãos, vocês estão querendo lutar, mas não têm objetivo. Trago para vocês um objetivo e uma bandeira. O objetivo é o paraíso, a bandeira é o islã".
Essas palavras encontraram material inflamável no coração de alguns rappers, que há muito procuravam um caminho que unisse Deus e ideologia. Enquanto o islamismo soou como religião étnica, trazida ao Brasil pelos imigrantes árabes a partir da segunda metade do século XIX, não houve identificação. Mas, quando o movimento negro, e depois o rap, difundiu a revolta dos malês como uma inflexão de altivez numa história marcada pela submissão, a religião passou a ser vista como raiz a ser resgatada. Os jovens muçulmanos dizem que não se convertem, mas se "revertem" - ou voltam a ser. Para eles, a palavra tem duplo significado: recuperar uma identidade sequestrada pela escravidão e pertencer a uma tradição da qual é possível ter orgulho.
As igrejas evangélicas neopentecostais, que surgiram e se multiplicaram a partir dos anos 80, com grande penetração nas periferias e cadeias, não tinham apelo para jovens negros em busca de identidade e sem vocação para rebanho. "Na igreja evangélica da minha mãe, me incomodava aquela história de Cristo perdoar tudo. Eu já tinha apanhado de polícia pra cacete. E sempre pensava em polícia, porque o tapa na cara é literal. Então, o dia em que tiver uma necessidade de conflito, vou ter de virar o outro lado da cara?", diz Ridson Mariano da Paixão, de 25 anos. "Eu não estava nesse espírito passivo. Pelo Malcolm X, descobri que, no islã, temos o direito de nos defender. Deus repudia a violência e não permite o ataque, mas dá direito de defesa. Foi esse ponto fundamental que me pegou também quando eu vi pela TV o 11 de setembro e achei que o mundo ia acabar."
Exercícios
ENEM - Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças formam a dupla de "Osgemeos". Eles cresceram pintando muros do bairro Cambuci, em São Paulo, e agora têm suas obras expostas na conceituada Deitch Gallery em Nova Iorque, prova de que o grafite feito no Brasil é apreciado por outras culturas. Muitos lugares abandonados e sem manutenção pelas prefeituras das cidades tornam-se mais agradáveis e humanos com os grafites pintados nos muros. Atualmente, instituições públicas educativas recorrem ao grafite como forma de expressão artística, o que propicia a inclusão social de adolescentes carentes, demonstrando que o grafite é considerado uma categoria de arte aceita e reconhecida pelo campo da cultura e pela sociedade local e internacional.
Disponível em: http://www.flickr.com. Acesso em: 10 set. 2008 (adaptado).
a) grafite é o mesmo que pichação e suja a cidade, sendo diferente da obra dos artistas.
b)a populaçao das grandes metrópoles depara-se afim muitos problemas sociais, como os grafites e as pichações.
c) atualmente, a arte não pode ser usada para inclusão social, ao contrário do grafite.
d) os grafiteiros podem conseguir projeção internacional, demonstrando que a arte do do grafite não tem fronteiras culturais.
e) lugares abandonados e sem manutenção tornam-se ainda mais desagradáveis com a aplicação do grafite.

(Enem/2004) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo
com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)

De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem
como principais características:

(A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista.
(B) a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
(C) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
(D) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso.
(E) a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.

ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: Bomba atômica: 65 anos dos bombardeios a Hiroshima e a Nagazaki


ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: Bomba atômica: 65 anos dos bombardeios a Hiroshima e a Nagazaki
Professor: Rafael Gama
Eram 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945 quando os habitantes da cidade japonesa de Hiroshima viram um enorme clarão seguido de um colossal estrondo. Pela primeira vez, uma bomba de fissão nuclear era usada numa guerra contra uma população civil. Isso aconteceria somente mais uma vez na história: três dias depois, em Nagazaki, atingida por outro artefato desenvolvido pelos norte-americanos.
Estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido em Hiroshima e outras 70 mil em Nagazaki, sem contar sobreviventes que morreram nas décadas seguintes em decorrência dos efeitos nocivos da radiação.
Os ataques marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e deram início à era nuclear e à corrida armamentista entre dois blocos dominantes e antagônicos, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Foi um dos períodos mais tensos da história, já que havia o risco do mundo ser devastado por um confronto com armas atômicas.
Passados 65 anos das explosões em Hiroshima e Nagazaki, a comunidade internacional tenta impedir o armamento de países como Irã e Coreia do Norte. O perigo, hoje, é que a bomba possa ser usada por extremistas religiosos ou terroristas.

Projeto Manhattan

O governo dos Estados Unidos financiava pesquisas sobre a fissão nuclear (base das primeiras bombas atômicas) desde o começo da Segunda Guerra Mundial. Alertado pelo físico Albert Einstein (1879-1955) de que os alemães poderiam construir a bomba antes dos Aliados, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1933 a 1945) inaugurou o Projeto Manhattan em 1942.
O projeto secreto reuniu os maiores cientistas da época - muitos deles europeus que fugiam dos nazistas, como o próprio Einstein - para produzir e detonar três bombas atômicas. A primeira delas foi testada em 16 de julho de 1945 no deserto de Alamogordo, próximo da base de Los Alamos, no Estado do Novo México.
Menos de um mês depois, o presidente Harry Truman (1945 a 1953) autorizou o uso das outras duas contra os japoneses. Na ocasião, os alemães já haviam se rendido aos soviéticos, mas o Império do Japão ainda resistia no Pacífico. Anos antes, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, foi responsável pela entrada dos americanos na guerra.
A bomba, que explodiu em Hiroshima, foi apelidada de "Little Boy" e tinha a potência de 20 mil toneladas de TNT. Ela estava a bordo de um bombardeio B-29 chamado Enola Gay (em homenagem a mãe de um dos quatro tripulantes), que partiu da ilha Tinian, no Oceano Pacífico, na madrugada do dia 6 de agosto.
A terceira bomba tinha o apelido de "Fat Boy". O alvo inicial era Kokura, mas devido ao céu nublado, que impediria avaliar visualmente os danos causados, os militares optaram pela cidade de Nagazaki, que reunia a maior comunidade cristã do Japão.
As cidades destruídas eram importantes portos japoneses e centros industriais. Elas foram escolhidas por terem sido pouco atingidas pelos bombardeios dos Aliados, o que permitiria verificar melhor o potencial das novas armas.
Ninguém sabia, até então, o que era aquela bomba. Prova disso é o fato de os jornais japoneses a chamarem, nos dias seguintes, de "bomba especial" dos americanos. Somente em Hiroshima, um terço da população morreu e 90% das construções ruíram. Após os ataques, o Imperador Hiroíto aceitou a rendição do Japão, pondo fim à guerra.
Para os militares americanos, os ataques abreviaram o término da guerra e, assim, pouparam a vida de milhares de soldados e civis. Historiadores, entretanto, acreditam que a rendição japonesa era iminente e, por isso, a bomba era desnecessária. A questão, porém, ainda é muito polêmica.

Guerra Fria

A devastação das cidades japonesas mudou o curso da história. Era a primeira vez que o homem possuía tecnologia de destruição em massa, o que ameaçava a vida no planeta. No período que se seguiu, por quase 50 anos, os Estados Unidos e a União Soviética travaram uma disputa ideológica e estratégica que ficou conhecida como Guerra Fria.
O auge dos conflitos aconteceu no começo dos anos 1960, quando os russos instalaram ogivas em Cuba, a poucos quilômetros da costa americana, em represália à presença de mísseis americanos na Turquia. Os Estados Unidos fizeram uma tentativa frustrada de invasão da ilha, colocando as superpotências nos limites de uma guerra nuclear.
Apesar disso, os países investiram em arsenais atômicos mais como uma forma de dissuasão do que propriamente com a intenção de usá-los em guerras. Os Estados Unidos, que até 1949 eram a única nação a possuir uma bomba atômica, produziram armas ainda mais poderosas. Uma delas foi a bomba-H ou bomba de hidrogênio (baseada na fusão nuclear), testada em 1952 e cinco mil vezes mais potente do que a usada em Hiroshima . Mesmo assim, evitou o emprego de armamento nuclear nas guerras da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1959-1975).
O primeiro Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP) foi assinado em 1967 pelas cinco potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França. Outros acordos bilaterais possibilitaram a redução do número de ogivas existentes no mundo nos anos 1970, e muitos países abandonaram programas nucleares com fins militares, incluindo a Argentina e o Brasil.
Além das bombas, havia o perigo da radioatividade. Em 28 de março de 1979, o derretimento parcial de um reator nuclear na base americana em Three Mile Island, no Estado da Pensilvânia, liberou partículas radioativas na atmosfera. O pior dos desastres ocorreu em 26 de abril de 1986, na explosão de quatro reatores em Chernobyl, na Ucrânia, contaminando boa parte da Europa Oriental.
O fim da Guerra Fria, porém, trouxe o risco de programas clandestinos em países politicamente instáveis, como o Paquistão, ou ameaçados por extremistas religiosos, como o Irã. A Coreia do Norte, que realizou testes nucleares ano passado, usa as bombas para conseguir dividendos diplomáticos e financeiros.
Hoje, teme-se uma nova corrida armamentista no Oriente Médio, uma das regiões mais conflituosas do mundo. Por isso, há uma pressão da Organização das Nações Unidas e de países árabes para que o Irã desista de seu programa nuclear e para que Israel se desfaça de seus arsenais.
De acordo com estimativas do Boletim de Cientistas Atômicos, o mundo possui hoje 23.574 artefatos nucleares, contra 32.512 em 2000. A Rússia vem em primeiro lugar, com 12.987, seguida dos Estados Unidos (9.552), França (300), Reino Unido (192) e China (176), incluindo estimativas em Israel (200), Paquistão (90), Índia (75) e Coreia do Norte (2).

Armas de destruição de massa
Biológicas, químicas e nucleares








A tecnologia usada hoje nas armas de guerra permite aos seres humanos dizimar populações inteiras, silenciosamente.
Não é preciso mais destruir cidades ou causar contaminação, como aconteceu nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, em agosto de 1945.
Depois desse lamentável episódio, outros coquetéis de destruição, além da bomba atômica, foram testados por cientistas. A humanidade chegou a armas químicas e biológicas. De forma bem resumida, qual é a diferença entre elas?
Armas biológicas são armas que transportam microorganismos vivos, bactérias e/ou vírus para que, na hora do impacto, disseminem doenças contagiosas e dizimem populações inteiras. Podem causar uma pandemia (doença epidêmica amplamente difundida), porém a infra-estrutura de uma cidade fica preservada.
Armas químicas são armas que transportam substâncias tóxicas irritantes que atacam a orofaringe (uma das divisões da faringe), pele e tecidos de animais e vegetais. Muitos destes compostos, após reação, produzem ácidos muito fortes. Neste caso, a infra-estrutura de uma cidade pode ser prejudicada e possivelmente haverá contaminação do solo e do lençol freático.
Armas nucleares são armas que transportam elementos radiativos que, por fissão nuclear (quebra do núcleo atômico), liberam grande quantidade de energia, destruindo a infra-estrutura da cidade. Os efeitos radiativos alteram o código genético do ser vivo. A bomba atômica é uma arma nuclear.
Em termos de efeito devastador, a pior entre as três armas é a biológica. No momento de sua explosão, os microorganismos não são afetados e sua multiplicação bacteriana e/ou viral se dá em progressão geométrica. Além disso, é difícil combater um agente invisível.

Enem em canção
Rosa de Hiroshima(Vinícius de Moraes / Gerson Conrad)

Pensem nas criançasMudas telepáticasPensem nas meninasCegas inexatasPensem nas mulheresRotas alteradasPensem nas feridasComo rosas cálidasMas, oh, não se esqueçamDa rosa da rosaDa rosa de HiroshimaA rosa hereditáriaA rosa radioativaEstúpida e inválidaA rosa com cirroseA anti-rosa atômicaSem cor sem perfumeSem rosa sem nada






Enem em exercícios

As bombas atômicas, lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 1945, resultaram na morte de aproximadamente 300.000 pessoas, vítimas imediatas das explosões ou de doenças causadas pela exposição à radiação. Esses eventos marcaram o início de uma nova etapa histórica na corrida armamentista entre as nações, caracterizada pelo desenvolvimento de programas nucleares com finalidades bélicas. Considerando essa etapa e os efeitos das bombas atômicas, analise as afirmações abaixo.
I. As bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki foram lançadas pelos Estados Unidos, único país que possuía esse tipo de armamento ao fim da Segunda Guerra Mundial.
II. As radiações liberadas numa explosão atômica podem produzir mutações no material genético humano, que causam doenças como o câncer ou são transmitidas para a geração seguinte, caso tenham ocorrido nas células germinativas.
III. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, várias nações desenvolveram armas atômicas e, atualmente, entre as que possuem esse tipo de armamento, têmse China, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Paquistão, Reino Unido e Rússia.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) II, somente.
c) I e II, somente.
d) II e III, somente.
e) I, II e III, somente.

ATUALIDADES PARA O ENEM – aquífero Alter do Chão


ATUALIDADES PARA O ENEM – aquífero Alter do Chão
Professor: Rafael Gama
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentou um estudo, na sexta-feira (16), que aponta o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo. A reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria suficiente para abastecer a população mundial em cerca de 100 vezes, ainda de acordo com a pesquisa. Um novo levantamento, de campo, deve ser feito na região para avaliar a possibilidade de o aquífero ser ainda maior do que o calculado inicialmente pelos geólogos.
Em termos comparativos, a reserva Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani - com 45 mil km³ de volume -, até então considerado o maior do país e que passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai. "Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando", disse Milton Matta, geólogo da UFPA.
O Aquífero Alter do Chão deve ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. "Estamos propondo que passe a se chamar Aquífero Grande Amazônia e assim teria uma visibilidade comercial mais interessante", disse Matta, que coordenou a pesquisa e agora busca investimento para concluir a segunda etapa do estudo no Banco Mundial e outros patrocinadores científicos.
De gota em gota
O geólogo informou que a segunda etapa de pesquisa será a visita aos poços já existentes na região do aquífero. "Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja comprometido", disse
Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia Hidrográfica que fica acima dela. "Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é originário do Aquífero Alter do Chão. As demais cidades do Amazonas têm 100% do abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani."
Oliveira disse que a reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. "É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto 'in natura' nos igarapés da região."
Recuperação da reserva
Oliveira faz um alerta para a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão. "A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. É muita água. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta.
Ele destaca a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. "A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea", disse Oliveira.
Leia o trecho a seguir:

Cerca de 97,5% de toda as águas na Terra são salgadas. Menos de 2,5% são doces e estão distribuídas entre as calotas polares (68,9%), os aqüíferos (29,9%), rios e lagos (0,3%) e outros reservatórios (0,9%).
HIRATA, Ricardo. Recursos hídricos. In: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). "Decifrando a Terra". São Paulo: Oficina de Textos, 2001. p. 422.

Embora a água esteja presente em toda parte, como substância em diversos estados, há problemas relativos à escassez de água potável. Este fato deve-se à
a) desigualdade entre a disponibilidade de água doce e o contingente populacional.
b) grande quantidade de água doce nas calotas polares e à sua indisponibilidade ao consumo humano.
c) contaminação dos mananciais e ao mau uso dos recursos hídricos.
d) desigual distribuição dos aqüíferos no subsolo e às formas de captação.
e) utilização dos rios de água doce para geração de energia elétrica e para a irrigação.

2 - "Os oceanos recebem todo o impacto dos desperdícios humanos, seja por descarga deliberada, ou por arraste natural. Ao menos 83% de toda a poluição marinha deriva de atividades realizadas em terra firme".
(Norman MYERS. "Gaia: el atlas de la gestion del planeta". Londres: Gaia Books Limited)

Sobre esse fenômeno, pode-se afirmar que
a) os gravíssimos derramamentos de petróleo nos oceanos recebem muita atenção da mídia e das pessoas, pois são eles a principal causa da poluição oceânica.
b) uma usina nuclear é uma fonte geradora de energia adequada para as regiões litorâneas, porque sua produção não apresenta risco de contaminação oceânica.
c) boa parte da complexa mescla que compõe os resíduos industriais acaba nos oceanos, porque a consciência sobre isso ainda é precária.
d) uma fonte de poluição oceânica foi atenuada com altos investimentos em insumos agrícolas biodegradáveis, que antes eram contaminantes persistentes.
e) o oceano resiste bem à poluição terrestre, em razão de sua capacidade regeneradora. Sua dimensão é enorme se comparada à escala da ação humana.

3 - Observe a figura:
Fonte: BRAGA, Benedito et al. "Introdução à Engenharia Ambiental". São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Sobre a relação da água e o solo, é CORRETO afirmar que:
a) a água é totalmente retida pela vegetação, por depressões do terreno e construções, penetrando no solo pela infiltração.
b) a quantidade de água que retorna à atmosfera pela evaporação varia em função da latitude e da disponibilidade hídrica.
c) a água escoa sobre o solo, fluindo para locais de altitudes inferiores, associada a uma maior permeabilidade do solo.
d) a água penetra no solo pela infiltração, principalmente quando está associada a uma maior impermeabilidade do solo.
e) a maior parte da água retorna à atmosfera pela evaporação e pelas plantas através da evapotrans-piração, sem alcançar o solo.