quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: movimento hip hop e sua relação com a sociedade urbana


ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: movimento hip hop e sua relação com a sociedade urbana
Professor: Rafael Gama

O Islã dos manos
Islã cresce na periferia das cidades do Brasil. Jovens negros tornam-se ativistas islâmicos como resposta à desigualdade racial. O que pensam e o que querem os muçulmanos do gueto?

O ISLÃ NA LAJE
Carlos Soares Correia virou Honerê Al-Amin Oadq. Ele é um dos principais divulgadores muçulmanos do ABC paulista. Na foto, na periferia de São Bernardo do Campo, onde vive, reza e faz política
Cinco vezes ao dia, os olhos ultrapassam o concreto de ruas irregulares, carentes de esgoto e de cidadania, e buscam Meca, no outro lado do mundo. É longe e, para a maioria dos brasileiros, exótico. Para homens como Honerê, Malik e Sharif, é o mais perto que conseguiram chegar de si mesmos. Eles já foram Carlos, Paulo e Ridson. Converteram-se ao islã e forjaram uma nova identidade. São pobres, são negros e, agora, são muçulmanos. Quando buscam o coração islâmico do mundo com a mente, acreditam que o Alcorão é a resposta para o que definem como um projeto de extermínio da juventude afro-brasileira: nas mãos da polícia, na guerra do tráfico, na falta de acesso à educação e à saúde. Homens como eles têm divulgado o islã nas periferias do país, especialmente em São Paulo , como instrumento de transformação política. E preparam-se para levar a mensagem do profeta Maomé aos presos nas cadeias. Ao cravar a bandeira do islã no alto da laje, vislumbram um estado muçulmano no horizonte do Brasil. E, ao explicar sua escolha, repetem uma frase com o queixo contraído e o orgulho no olhar: "Um muçulmano só baixa a cabeça para Alá - e para mais ninguém".
Honerê, da periferia de São Bernardo do Campo, converteu Malik, da periferia de Francisco Morato, que converteu Sharif, da periferia de Taboão, que vem convertendo outros tantos. É assim que o islã cresce no anel periférico da Grande São Paulo. Os novos muçulmanos não são numerosos, mas sua presença é forte e cada vez mais constante. Nos eventos culturais ou políticos dos guetos, há sempre algumas takiahs cobrindo a cabeça de filhos do islã cheios de atitude. Há brancos, mas a maioria é negra. "O islã não cresce de baciada, mas com qualidade e com pessoas que sabem o que estão fazendo", diz o rapper Honerê Al-Amin Oadq, na carteira de identidade Carlos Soares Correia, de 31 anos. "Em cada quebrada, alguém me aborda: `Já ouvi falar de você e quero conhecer o islã´. É nossa postura que divulga a religião. O islã cresce pela consciência e pelo exemplo."
Em São Paulo, estima-se em centenas o número de brasileiros convertidos nas periferias nos últimos anos. No país, chegariam aos milhares. O número total de muçulmanos no Brasil é confuso. Pelo censo de 2000, haveria pouco mais de 27 mil adeptos. Pelas entidades islâmicas, o número varia entre 700 mil e 3 milhões. A diferença é um abismo que torna a presença do islã no Brasil uma incógnita. A verdade é que, até esta década, não havia interesse em estender uma lupa sobre uma religião que despertava mais atenção em novelas como O clone que no noticiário.
O muçulmano Feres Fares, divulgador fervoroso do islamismo, tem viajado pelo Brasil para fazer um levantamento das mesquitas e mussalas (espécie de capela). Ele apresenta dados impressionantes. Nos últimos oito anos, o número de locais de oração teria quase quadruplicado no país: de 32, em 2000, para 127, em 2008. Surgiram mesquitas até mesmo em Estados do Norte, como Amapá, Amazonas e Roraima.
Autor do livro Os muçulmanos no Brasil, o xeque iraquiano Ishan Mohammad Ali Kalandar afirma que, depois do 11 de setembro, aumentou muito o número de conversões. "Os brasileiros tomaram conhecimento da religião", diz. "E o islã sempre foi acolhido primeiro pelos mais pobres."
Na interpretação de Ali Hussein El Zoghbi, diretor da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil e conselheiro da União Nacional das Entidades Islâmicas, três fatores são fundamentais para entender o fenômeno: o cruzamento de ícones do islamismo com personalidades importantes da história do movimento negro, o acesso a informações instantâneas garantido pela internet e a melhoria na estrutura das entidades brasileiras. "Os filhos dos árabes que chegaram ao Brasil no pós-guerra reuniram mais condições e conhecimento. Isso permitiu nos últimos anos o aumento do proselitismo e uma aproximação maior com a cultura brasileira", afirma.
Eles trazem ao islã a atitude hip-hop e a formação política do movimento negro
A presença do islã na mídia desde a derrubada das torres gêmeas, reforçada pela invasão americana do Afeganistão e do Iraque, teria causado um duplo efeito. Por um lado, fortalecer a identidade muçulmana de descendentes de árabes afastados da religião, ao se sentir perseguidos e difamados. Por outro, atrair brasileiros sem ligações com o islamismo, mas com forte sentimento de marginalidade. Esse último fenômeno despertou a atenção da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que citou no Relatório de Liberdade Religiosa de 2008: "As conversões ao islamismo aumentaram recentemente entre os cidadãos não-árabes".
Os jovens convertidos trazem ao islã a atitude do hip-hop e uma formação política forjada no movimento negro. Ao prostrar-se diante de Alá, acreditam voltar para casa depois de um longo exílio, pois as raízes do islã negro estão fincadas no Brasil escravocrata. E para aflorar no Brasil contemporâneo, percorreram um caminho intrincado. O novo islã negro foi influenciado pela luta dos direitos civis dos afro-americanos, nos anos 60 e, curiosamente, por Hollywood. Cruzou então com o hip-hop do metrô São Bento, em São Paulo , nos anos 80 e 90. E ganhou impulso no 11 de setembro de 2001.
ATIVISTAS O grupo de Malik (à esq.) e Sharif sonha com um estado islâmico no Brasil, quer construir uma comunidade muçulmana na periferia e levar a religião aos presos nas cadeias
Para contar essa história é preciso voltar a 1835, em Salvador, na Bahia, onde a revolta dos malês, liderada por negros muçulmanos, foi a rebelião de escravos urbanos mais importante da história do país. Pouco citada nos livros escolares, depois de um largo hiato ela chegou às periferias pela rima do rap. Lá, uniu-se ao legado do ativista americano Malcolm X, assimilado pela versão do filme de Spike Lee, de 1992. E ao 11 de setembro, que irrompeu na TV, mas foi colado às teorias conspiratórias que se alastram na internet.
É esse o islã que chega para os mais novos convertidos. E com maior força em São Paulo , porque a capital paulista foi o berço duro do hip-hop no Brasil - movimento histórico de afirmação de identidade da juventude negra e pobre. A tentacular periferia paulista é, como dizem os poetas marginais, a "senzala moderna". E cada novo convertido acredita ter dentro de si um pouco de malê. Não é à toa que Mano Brown, o mais importante rapper brasileiro, mesmo não sendo muçulmano, diz no rap "Mente de vilão": No princípio eram trevas, Malcolm foi Lampião/Lâmpada para os pés/Negros de 2010/Fãs de Mumia Abu-Jamal, Osama, Saddam, Al-Qaeda, Talibã, Iraque, Vietnã/Contra os boys, contra o GOE, contra a Ku-Klux-Klan.
"Fico assustado com a linguagem desses rappers, mas não tem mais jeito. Alastrou. Depois que o fogo pega no mato, vai embora. O islã caiu na boca da periferia. E não sabemos o que vai acontecer. É tudo por conta de Alá", diz Valter Gomes, de 62 anos. Ele parece mais encantado que temeroso. Nos anos 90, "advogou" diante das organizações do movimento negro do ABC paulista e dos guetos de São Paulo com grande veemência. Defendeu que a salvação para os afro-brasileiros era a religião anunciada por Maomé quase 15 séculos atrás: "Irmãos, vocês estão querendo lutar, mas não têm objetivo. Trago para vocês um objetivo e uma bandeira. O objetivo é o paraíso, a bandeira é o islã".
Essas palavras encontraram material inflamável no coração de alguns rappers, que há muito procuravam um caminho que unisse Deus e ideologia. Enquanto o islamismo soou como religião étnica, trazida ao Brasil pelos imigrantes árabes a partir da segunda metade do século XIX, não houve identificação. Mas, quando o movimento negro, e depois o rap, difundiu a revolta dos malês como uma inflexão de altivez numa história marcada pela submissão, a religião passou a ser vista como raiz a ser resgatada. Os jovens muçulmanos dizem que não se convertem, mas se "revertem" - ou voltam a ser. Para eles, a palavra tem duplo significado: recuperar uma identidade sequestrada pela escravidão e pertencer a uma tradição da qual é possível ter orgulho.
As igrejas evangélicas neopentecostais, que surgiram e se multiplicaram a partir dos anos 80, com grande penetração nas periferias e cadeias, não tinham apelo para jovens negros em busca de identidade e sem vocação para rebanho. "Na igreja evangélica da minha mãe, me incomodava aquela história de Cristo perdoar tudo. Eu já tinha apanhado de polícia pra cacete. E sempre pensava em polícia, porque o tapa na cara é literal. Então, o dia em que tiver uma necessidade de conflito, vou ter de virar o outro lado da cara?", diz Ridson Mariano da Paixão, de 25 anos. "Eu não estava nesse espírito passivo. Pelo Malcolm X, descobri que, no islã, temos o direito de nos defender. Deus repudia a violência e não permite o ataque, mas dá direito de defesa. Foi esse ponto fundamental que me pegou também quando eu vi pela TV o 11 de setembro e achei que o mundo ia acabar."
Exercícios
ENEM - Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças formam a dupla de "Osgemeos". Eles cresceram pintando muros do bairro Cambuci, em São Paulo, e agora têm suas obras expostas na conceituada Deitch Gallery em Nova Iorque, prova de que o grafite feito no Brasil é apreciado por outras culturas. Muitos lugares abandonados e sem manutenção pelas prefeituras das cidades tornam-se mais agradáveis e humanos com os grafites pintados nos muros. Atualmente, instituições públicas educativas recorrem ao grafite como forma de expressão artística, o que propicia a inclusão social de adolescentes carentes, demonstrando que o grafite é considerado uma categoria de arte aceita e reconhecida pelo campo da cultura e pela sociedade local e internacional.
Disponível em: http://www.flickr.com. Acesso em: 10 set. 2008 (adaptado).
a) grafite é o mesmo que pichação e suja a cidade, sendo diferente da obra dos artistas.
b)a populaçao das grandes metrópoles depara-se afim muitos problemas sociais, como os grafites e as pichações.
c) atualmente, a arte não pode ser usada para inclusão social, ao contrário do grafite.
d) os grafiteiros podem conseguir projeção internacional, demonstrando que a arte do do grafite não tem fronteiras culturais.
e) lugares abandonados e sem manutenção tornam-se ainda mais desagradáveis com a aplicação do grafite.

(Enem/2004) O movimento hip-hop é tão urbano quanto as grandes construções de concreto e as estações de metrô, e cada dia se torna mais presente nas grandes metrópoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. É formado por três elementos: a música (o rap), as artes plásticas (o grafite) e a dança (o break). No hip-hop os jovens usam as expressões artísticas como uma forma de resistência política. Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo
com um discurso político a favor dos excluídos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade o que, no entanto, não significa que o hip-hop brasileiro não tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é híbrido: rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)

De acordo com o texto, o hip-hop é uma manifestação artística tipicamente urbana, que tem
como principais características:

(A) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter nacionalista.
(B) a alienação política e a preocupação com o conflito de gerações.
(C) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação de linguagens.
(D) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação do progresso.
(E) a valorização da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.

ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: Bomba atômica: 65 anos dos bombardeios a Hiroshima e a Nagazaki


ATUALIDADES PARA O ENEM – aula temática: Bomba atômica: 65 anos dos bombardeios a Hiroshima e a Nagazaki
Professor: Rafael Gama
Eram 8h15 da manhã do dia 6 de agosto de 1945 quando os habitantes da cidade japonesa de Hiroshima viram um enorme clarão seguido de um colossal estrondo. Pela primeira vez, uma bomba de fissão nuclear era usada numa guerra contra uma população civil. Isso aconteceria somente mais uma vez na história: três dias depois, em Nagazaki, atingida por outro artefato desenvolvido pelos norte-americanos.
Estima-se que 140 mil pessoas tenham morrido em Hiroshima e outras 70 mil em Nagazaki, sem contar sobreviventes que morreram nas décadas seguintes em decorrência dos efeitos nocivos da radiação.
Os ataques marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e deram início à era nuclear e à corrida armamentista entre dois blocos dominantes e antagônicos, os Estados Unidos e a ex-União Soviética. Foi um dos períodos mais tensos da história, já que havia o risco do mundo ser devastado por um confronto com armas atômicas.
Passados 65 anos das explosões em Hiroshima e Nagazaki, a comunidade internacional tenta impedir o armamento de países como Irã e Coreia do Norte. O perigo, hoje, é que a bomba possa ser usada por extremistas religiosos ou terroristas.

Projeto Manhattan

O governo dos Estados Unidos financiava pesquisas sobre a fissão nuclear (base das primeiras bombas atômicas) desde o começo da Segunda Guerra Mundial. Alertado pelo físico Albert Einstein (1879-1955) de que os alemães poderiam construir a bomba antes dos Aliados, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt (1933 a 1945) inaugurou o Projeto Manhattan em 1942.
O projeto secreto reuniu os maiores cientistas da época - muitos deles europeus que fugiam dos nazistas, como o próprio Einstein - para produzir e detonar três bombas atômicas. A primeira delas foi testada em 16 de julho de 1945 no deserto de Alamogordo, próximo da base de Los Alamos, no Estado do Novo México.
Menos de um mês depois, o presidente Harry Truman (1945 a 1953) autorizou o uso das outras duas contra os japoneses. Na ocasião, os alemães já haviam se rendido aos soviéticos, mas o Império do Japão ainda resistia no Pacífico. Anos antes, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, foi responsável pela entrada dos americanos na guerra.
A bomba, que explodiu em Hiroshima, foi apelidada de "Little Boy" e tinha a potência de 20 mil toneladas de TNT. Ela estava a bordo de um bombardeio B-29 chamado Enola Gay (em homenagem a mãe de um dos quatro tripulantes), que partiu da ilha Tinian, no Oceano Pacífico, na madrugada do dia 6 de agosto.
A terceira bomba tinha o apelido de "Fat Boy". O alvo inicial era Kokura, mas devido ao céu nublado, que impediria avaliar visualmente os danos causados, os militares optaram pela cidade de Nagazaki, que reunia a maior comunidade cristã do Japão.
As cidades destruídas eram importantes portos japoneses e centros industriais. Elas foram escolhidas por terem sido pouco atingidas pelos bombardeios dos Aliados, o que permitiria verificar melhor o potencial das novas armas.
Ninguém sabia, até então, o que era aquela bomba. Prova disso é o fato de os jornais japoneses a chamarem, nos dias seguintes, de "bomba especial" dos americanos. Somente em Hiroshima, um terço da população morreu e 90% das construções ruíram. Após os ataques, o Imperador Hiroíto aceitou a rendição do Japão, pondo fim à guerra.
Para os militares americanos, os ataques abreviaram o término da guerra e, assim, pouparam a vida de milhares de soldados e civis. Historiadores, entretanto, acreditam que a rendição japonesa era iminente e, por isso, a bomba era desnecessária. A questão, porém, ainda é muito polêmica.

Guerra Fria

A devastação das cidades japonesas mudou o curso da história. Era a primeira vez que o homem possuía tecnologia de destruição em massa, o que ameaçava a vida no planeta. No período que se seguiu, por quase 50 anos, os Estados Unidos e a União Soviética travaram uma disputa ideológica e estratégica que ficou conhecida como Guerra Fria.
O auge dos conflitos aconteceu no começo dos anos 1960, quando os russos instalaram ogivas em Cuba, a poucos quilômetros da costa americana, em represália à presença de mísseis americanos na Turquia. Os Estados Unidos fizeram uma tentativa frustrada de invasão da ilha, colocando as superpotências nos limites de uma guerra nuclear.
Apesar disso, os países investiram em arsenais atômicos mais como uma forma de dissuasão do que propriamente com a intenção de usá-los em guerras. Os Estados Unidos, que até 1949 eram a única nação a possuir uma bomba atômica, produziram armas ainda mais poderosas. Uma delas foi a bomba-H ou bomba de hidrogênio (baseada na fusão nuclear), testada em 1952 e cinco mil vezes mais potente do que a usada em Hiroshima . Mesmo assim, evitou o emprego de armamento nuclear nas guerras da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1959-1975).
O primeiro Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TNP) foi assinado em 1967 pelas cinco potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França. Outros acordos bilaterais possibilitaram a redução do número de ogivas existentes no mundo nos anos 1970, e muitos países abandonaram programas nucleares com fins militares, incluindo a Argentina e o Brasil.
Além das bombas, havia o perigo da radioatividade. Em 28 de março de 1979, o derretimento parcial de um reator nuclear na base americana em Three Mile Island, no Estado da Pensilvânia, liberou partículas radioativas na atmosfera. O pior dos desastres ocorreu em 26 de abril de 1986, na explosão de quatro reatores em Chernobyl, na Ucrânia, contaminando boa parte da Europa Oriental.
O fim da Guerra Fria, porém, trouxe o risco de programas clandestinos em países politicamente instáveis, como o Paquistão, ou ameaçados por extremistas religiosos, como o Irã. A Coreia do Norte, que realizou testes nucleares ano passado, usa as bombas para conseguir dividendos diplomáticos e financeiros.
Hoje, teme-se uma nova corrida armamentista no Oriente Médio, uma das regiões mais conflituosas do mundo. Por isso, há uma pressão da Organização das Nações Unidas e de países árabes para que o Irã desista de seu programa nuclear e para que Israel se desfaça de seus arsenais.
De acordo com estimativas do Boletim de Cientistas Atômicos, o mundo possui hoje 23.574 artefatos nucleares, contra 32.512 em 2000. A Rússia vem em primeiro lugar, com 12.987, seguida dos Estados Unidos (9.552), França (300), Reino Unido (192) e China (176), incluindo estimativas em Israel (200), Paquistão (90), Índia (75) e Coreia do Norte (2).

Armas de destruição de massa
Biológicas, químicas e nucleares








A tecnologia usada hoje nas armas de guerra permite aos seres humanos dizimar populações inteiras, silenciosamente.
Não é preciso mais destruir cidades ou causar contaminação, como aconteceu nas cidades de Hiroshima e Nagazaki, em agosto de 1945.
Depois desse lamentável episódio, outros coquetéis de destruição, além da bomba atômica, foram testados por cientistas. A humanidade chegou a armas químicas e biológicas. De forma bem resumida, qual é a diferença entre elas?
Armas biológicas são armas que transportam microorganismos vivos, bactérias e/ou vírus para que, na hora do impacto, disseminem doenças contagiosas e dizimem populações inteiras. Podem causar uma pandemia (doença epidêmica amplamente difundida), porém a infra-estrutura de uma cidade fica preservada.
Armas químicas são armas que transportam substâncias tóxicas irritantes que atacam a orofaringe (uma das divisões da faringe), pele e tecidos de animais e vegetais. Muitos destes compostos, após reação, produzem ácidos muito fortes. Neste caso, a infra-estrutura de uma cidade pode ser prejudicada e possivelmente haverá contaminação do solo e do lençol freático.
Armas nucleares são armas que transportam elementos radiativos que, por fissão nuclear (quebra do núcleo atômico), liberam grande quantidade de energia, destruindo a infra-estrutura da cidade. Os efeitos radiativos alteram o código genético do ser vivo. A bomba atômica é uma arma nuclear.
Em termos de efeito devastador, a pior entre as três armas é a biológica. No momento de sua explosão, os microorganismos não são afetados e sua multiplicação bacteriana e/ou viral se dá em progressão geométrica. Além disso, é difícil combater um agente invisível.

Enem em canção
Rosa de Hiroshima(Vinícius de Moraes / Gerson Conrad)

Pensem nas criançasMudas telepáticasPensem nas meninasCegas inexatasPensem nas mulheresRotas alteradasPensem nas feridasComo rosas cálidasMas, oh, não se esqueçamDa rosa da rosaDa rosa de HiroshimaA rosa hereditáriaA rosa radioativaEstúpida e inválidaA rosa com cirroseA anti-rosa atômicaSem cor sem perfumeSem rosa sem nada






Enem em exercícios

As bombas atômicas, lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 1945, resultaram na morte de aproximadamente 300.000 pessoas, vítimas imediatas das explosões ou de doenças causadas pela exposição à radiação. Esses eventos marcaram o início de uma nova etapa histórica na corrida armamentista entre as nações, caracterizada pelo desenvolvimento de programas nucleares com finalidades bélicas. Considerando essa etapa e os efeitos das bombas atômicas, analise as afirmações abaixo.
I. As bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki foram lançadas pelos Estados Unidos, único país que possuía esse tipo de armamento ao fim da Segunda Guerra Mundial.
II. As radiações liberadas numa explosão atômica podem produzir mutações no material genético humano, que causam doenças como o câncer ou são transmitidas para a geração seguinte, caso tenham ocorrido nas células germinativas.
III. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, várias nações desenvolveram armas atômicas e, atualmente, entre as que possuem esse tipo de armamento, têmse China, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Paquistão, Reino Unido e Rússia.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente.
b) II, somente.
c) I e II, somente.
d) II e III, somente.
e) I, II e III, somente.

ATUALIDADES PARA O ENEM – aquífero Alter do Chão


ATUALIDADES PARA O ENEM – aquífero Alter do Chão
Professor: Rafael Gama
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentou um estudo, na sexta-feira (16), que aponta o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo. A reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria suficiente para abastecer a população mundial em cerca de 100 vezes, ainda de acordo com a pesquisa. Um novo levantamento, de campo, deve ser feito na região para avaliar a possibilidade de o aquífero ser ainda maior do que o calculado inicialmente pelos geólogos.
Em termos comparativos, a reserva Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani - com 45 mil km³ de volume -, até então considerado o maior do país e que passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai. "Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando", disse Milton Matta, geólogo da UFPA.
O Aquífero Alter do Chão deve ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. "Estamos propondo que passe a se chamar Aquífero Grande Amazônia e assim teria uma visibilidade comercial mais interessante", disse Matta, que coordenou a pesquisa e agora busca investimento para concluir a segunda etapa do estudo no Banco Mundial e outros patrocinadores científicos.
De gota em gota
O geólogo informou que a segunda etapa de pesquisa será a visita aos poços já existentes na região do aquífero. "Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja comprometido", disse
Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia Hidrográfica que fica acima dela. "Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é originário do Aquífero Alter do Chão. As demais cidades do Amazonas têm 100% do abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani."
Oliveira disse que a reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. "É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto 'in natura' nos igarapés da região."
Recuperação da reserva
Oliveira faz um alerta para a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão. "A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. É muita água. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta.
Ele destaca a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. "A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea", disse Oliveira.
Leia o trecho a seguir:

Cerca de 97,5% de toda as águas na Terra são salgadas. Menos de 2,5% são doces e estão distribuídas entre as calotas polares (68,9%), os aqüíferos (29,9%), rios e lagos (0,3%) e outros reservatórios (0,9%).
HIRATA, Ricardo. Recursos hídricos. In: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). "Decifrando a Terra". São Paulo: Oficina de Textos, 2001. p. 422.

Embora a água esteja presente em toda parte, como substância em diversos estados, há problemas relativos à escassez de água potável. Este fato deve-se à
a) desigualdade entre a disponibilidade de água doce e o contingente populacional.
b) grande quantidade de água doce nas calotas polares e à sua indisponibilidade ao consumo humano.
c) contaminação dos mananciais e ao mau uso dos recursos hídricos.
d) desigual distribuição dos aqüíferos no subsolo e às formas de captação.
e) utilização dos rios de água doce para geração de energia elétrica e para a irrigação.

2 - "Os oceanos recebem todo o impacto dos desperdícios humanos, seja por descarga deliberada, ou por arraste natural. Ao menos 83% de toda a poluição marinha deriva de atividades realizadas em terra firme".
(Norman MYERS. "Gaia: el atlas de la gestion del planeta". Londres: Gaia Books Limited)

Sobre esse fenômeno, pode-se afirmar que
a) os gravíssimos derramamentos de petróleo nos oceanos recebem muita atenção da mídia e das pessoas, pois são eles a principal causa da poluição oceânica.
b) uma usina nuclear é uma fonte geradora de energia adequada para as regiões litorâneas, porque sua produção não apresenta risco de contaminação oceânica.
c) boa parte da complexa mescla que compõe os resíduos industriais acaba nos oceanos, porque a consciência sobre isso ainda é precária.
d) uma fonte de poluição oceânica foi atenuada com altos investimentos em insumos agrícolas biodegradáveis, que antes eram contaminantes persistentes.
e) o oceano resiste bem à poluição terrestre, em razão de sua capacidade regeneradora. Sua dimensão é enorme se comparada à escala da ação humana.

3 - Observe a figura:
Fonte: BRAGA, Benedito et al. "Introdução à Engenharia Ambiental". São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Sobre a relação da água e o solo, é CORRETO afirmar que:
a) a água é totalmente retida pela vegetação, por depressões do terreno e construções, penetrando no solo pela infiltração.
b) a quantidade de água que retorna à atmosfera pela evaporação varia em função da latitude e da disponibilidade hídrica.
c) a água escoa sobre o solo, fluindo para locais de altitudes inferiores, associada a uma maior permeabilidade do solo.
d) a água penetra no solo pela infiltração, principalmente quando está associada a uma maior impermeabilidade do solo.
e) a maior parte da água retorna à atmosfera pela evaporação e pelas plantas através da evapotrans-piração, sem alcançar o solo.

sábado, 15 de agosto de 2009

SIMULADO CESPE - questões de atualidades


QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO 01 - (Cespe/MPE-AM/Agente administrativo/2008) O Serviço Florestal Brasileiro publicou o primeiro edital de licitação para concessões florestais na Amazônia. O sítio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu mais de mil acessos de pessoas em busca de informações sobre o leilão de três unidades na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia. Representantes de empresas foram conhecer in loco a área. A ministra do Meio Ambiente acredita que a concessão vai permitir a exploração da floresta associada ao manejo, viabilizar o ordenamento territorial e colocar fim à grilagem de terras na região. ´Da forma como está sendo feito, nós temos critérios que são econômicos, sociais e ambientais para que se possa ganhar uma licitação de um dos lotes´. Jamari está localizada em uma das áreas de maior pressão para desmatamento.
Correio Braziliense, 15/12/2007, p. 16 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a questão ambiental em sua mais ampla dimensão, julgue os itens subsequentes.1. ( ) O texto refere-se à transferência, do poder público à iniciativa privada, do direito de explorar áreas florestais.
2. ( ) A ´exploração da floresta associada ao manejo´ indica uma preocupação ambiental, ou seja, não se trata de simples corte de árvores.
3. ( ) A licitação para concessões florestais, tal como informa o texto, significa a legalização da grilagem de terras.
4. ( ) De acordo com o texto, se existem critérios sociais e ambientais para a licitação, logo, o vencedor é, necessariamente, aquele que oferecer o melhor preço.
5. ( ) O desmatamento desordenado de florestas pelo mundo afora é considerado importante fator para alterações climáticas no planeta.
6. ( ) A preocupação com o meio ambiente tende a aumentar na medida em que o mundo se conscientiza dos perigos trazidos pelo progresso desordenado e destruidor da natureza.7. ( ) Os países mais ricos, como os Estados Unidos da América, são os que menos poluem a atmosfera.
8. ( ) Os ambientalistas brasileiros protestaram contra a recente decisão do governo federal de extinguir o Ibama.
9. ( ) A floresta amazônica é partilhada pelo Brasil e outros países sul-americanos.

QUESTÃO 02 - (Cespe/TJDFT/Técnico Judiciário/Nível Medio/2008) O impacto da violência, que vitimou mais de meio milhão de pessoas no Brasil entre 1996 e 2006, é alto para a rede pública de saúde. Custa aos cofres federais R$ 4,8 bilhões por ano, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para se ter ideia do que isso significa, todo o orçamento do Ministério da Saúde, em 2007, foi de pouco mais de R$ 47 bilhões. O dado virou a principal bandeira do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que está elaborando o estudo Violência: Epidemia Silenciosa, para mobilizar autoridades do setor e exigir providências do governo federal. A movimentação se intensificou após a divulgação do Mapa da Violência, mostrando que houve quase 50 mil homicídios no país em 2006. ´A única forma de encarar a violência como problema de saúde pública é focar o atendimento nas áreas de álcool, drogas e depressão´, diz o presidente do CONASS.
Correio Braziliense, 1º de fevereiro de 2008, p. 12 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema por ele focalizado, julgue os itens seguintes.
10. ( ) Infere-se do texto que a violência, em suas mais diversas formas, adiciona aos efeitos humanos que acarreta, que vão da morte à mutilação física e emocional, pesadas perdas financeiras que recaem sobre a sociedade.
11. ( ) Os dados relativos aos custos da violência para a rede pública de saúde apresentados no texto não podem ser considerados oficiais, pois foram calculados por uma organização não governamental.
12. ( ) O texto sugere que a ausência de mecanismos institucionais de pressão dos estados sobre a União, na área da saúde, explica, em larga medida, os problemas vividos pelo setor.13. ( ) Por pressão da sociedade, o Estado brasileiro viu-se obrigado a banir dos meios de comunicação, especialmente do rádio e da televisão, peças publicitárias de bebidas alcoólicas.14. ( ) Com o objetivo de reduzir a violência no trânsito do país, o governo federal editou medida provisória que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias federais.15. ( ) Apesar de ainda intenso, o tráfico de drogas ilícitas no Brasil mantém-se claramente afastado das conexões internacionais que sustentam o crime organizado em escala global.
QUESTÃO 03 - (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário Região Sul e Sudeste/Nível Médio/2007) Uma pesquisa realizada em 16 países mostrou que os jovens brasileiros são os que colecionam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como base países como Estados Unidos da América (EUA) e China. O levantamento avaliou a participação da tecnologia na vida de 18 mil jovens de 8 a 24 anos, com acesso fácil à internet, telefones celulares e pelo menos dois outros aparelhos eletrônicos. Os brasileiros com idade entre 14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto a média global é de 20. No mundo, os jovens costumam ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de relacionamento como o Orkut.
Jornal do Brasil, 27/7/2007, p. A24 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem, tanto acerca de estruturas linguísticas desse texto quanto do impacto do desenvolvimento científico-tecnológico nos mais diversos setores da vida contemporânea.16. ( ) Citados no texto, EUA e China são países que, hoje, se equivalem em poderio econômico, político e militar.
17. ( ) Amplo domínio do conhecimento é considerado vital para que um país ou uma empresa tenha sucesso em sua inserção na economia global dos tempos atuais.
18. ( ) A rapidez nas comunicações, de que o acesso à informação por meio da internet é exemplo marcante, é peça-chave para assegurar dinamismo às transações comerciais e financeiras no atual mercado mundial.
19. ( ) A facilidade atual de circulação de capitais e mercadorias, possibilitada por modernas tecnologias, também é observada no que diz respeito à circulação de pessoas, o que garante emprego a número crescente de pessoas que migram dos seus países de origem para regiões mais ricas.
QUESTÃO 04 - (Funiversa/PCDF/ Papiloscopista/2008) O ano da energia limpa 2008 será um ano decisivo para a corrida pelas fontes energéticas alternativas - e o Brasil tem uma oportunidade única para consolidar sua posição de liderança mundial.
Exame,31/12/2007, p.36-37. 20. Assinale a alternativa correta em relação ao tema.
a) A tendência mundial atual é de crescimento de pressões por subsídios e regulamentações que ajudem a viabilizar as fontes de energia limpa, entre elas a energia eólica e a energia solar.
b) A abundância atual de combustíveis fósseis tem feito com que haja forte queda nos preços internacionais do petróleo, o que inviabiliza economicamente a prospecção de fontes de energia alternativas.
c) A energia eólica, gerada a partir dos ventos tem sido descartada pelo governo brasileiro, pois o seu uso causa a erosão dos terrenos no médio prazo.
d) O baixo custo para a implementação de painéis solares, quando comparado às formas tradicionais de captura de energia, faz com que este tipo de tecnologia possa ser facilmente implementado, em especial no nordeste brasileiro.
e) Após testes realizados durante os anos de 2001 a 2006 pela Embrapa, em usinas de álcool e açúcar no interior de São Paulo, ficou constatado o baixo potencial de geração de energia a partir da biomassa da cana de açúcar.


RESPOSTAS1- C
2- C
3- E
4- E
5- C
6- C
7- E
8- E
9- C
10- C
11- E
12- E
13- E
14- C
15- E
16- E
17- C
18- C
19- E
20- a

terça-feira, 21 de julho de 2009

Provas para ESA - Sargento das Armas

PROVA DE GEOGRAFIA - 1991

01.(ESA – 1991) Predominam no território brasileiro as (os):
(A) bacias sedimentares
(B) depressões periféricas
(C) planaltos desgastados pela erosão
(D) grandes planícies
(E) regiões montanhosas

02.(ESA – 1991) 0 rio São Francisco, conhecido como o “Rio da Unidade Nacional”, é perfeitamente navegável de:
(A) Porto Sabino(MG) a Cabrobó(PE).
(B) Barra do Paraopcba(MG) a Propiá(SE).
(C) Pirapora(MG) a Juazeiro(BA).
(D) Retnanso(BA) até a sua foz no oceano.
(E) Dores cio lndaiá(MG) a Petrolina(PE).

03.(ESA – 1991) 0 Porto de Santana. no Amapá. é especializado na exportação de:
(A) madeiras
(B) castanha-do-pará
(C) minério de manganês.
(D) borracha.
(E) minério de ferro

04.(ESA – 1991) Tradicionalmente as cidades brasileiras de Volta Redonda e Barra Mansa são citadas como exemplos característicos, em nosso país, do processo de:
(A) transumância
(B) inchação
(C) metropolização
(D) êxodo rural
(E) conurbação.

05.(ESA – 1991) A ocupação do norte e oeste do Estado do Paraná deveu-se, sobretudo, à expansão da cultura da (o):
(A) soja
(B) laranja
(C) cana-de-açúcar
(D) milho
(E) café.

06.(ESA – 1991) 0 conhecido “Quadrilátero Ferrifero Central” localiza-se:
(A) ao sul da Serra do Espinhaço.
(E) entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira.
(C) ao sul da Serra da Canastra
(D) no Vale do Jequetinhonha
(E) no Triângulo Mineiro.

07.(ESA – 1991) 0 Estado brasileiro que se destaca pela produção de cassiterita(minério de estanho) é:
(A) Bahia
(B) Pará
(C) Minas Gerais
(D) Rondônia
(E) Amazonas

08.(ESA – 1991) Os municípios catarinenses de Criciúma, Urussanga e Siderópolis destacam-se pela produção econômica de:
(A) aço
(B) soja
(C) carvão mineral
(D) têxteis
(E) calçados.

RESPOSTAS

01 - C
02 - C
03 - C
04 - E
05 - E
06 - A
07 - D
08 - C



PROVA DE GEOGRAFIA - 1992

(ESA – 1992) A depressão existente entre as serras da Mantiqueira e do Mar forma o vale do rio:
(A) Tietê
(B) Paraná
(C) Doce
(D) Paraíba do Sul
(E) Parnaíba.

02.(ESA – 1992) 0 Vale do Itajaí em Santa Catarina foi colonizado por:
(A) portugueses
(B) italianos
(C) sírios
(D) ucranianos
(E) alemães.

03.(ESA – 1992) 0 Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional de:
(A) chumbo
(B) linhito
(C) estanho.
(D) sal marinho
(E) alumínio.

04.(ESA – 1992) 0 sul de Goiás, conhecido corno “Mato Grosso de Goiás” é uma área de terras férteis, dando ao Estado destaque nacional na produção de:
(A) pimenta
(B) cana
(C) algodão
(D) arroz de sequeiro
(E) feijão.

05.(ESA – 1992) A Usina Hidrelétrica de Itaipu, que é a maior em potência instalada no mundo, está localizada no rio:
(A) Amazonas
(B) Paraná
(C) Grande
(D) Tocantins
(E) São Francisco.

06.(ESA – 1992) A Usina Siderúrgica de Tubarão situa-se no estado de (o):
(A) Espírito Santo
(B) Rio de Janeiro
(C) São Paulo
(D) Minas Gerais
(E) Santa Catarina.

07.(ESA – 1992) A maior refinaria da PETROBRÀS situada na região Sudeste é denominada:
(A) Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
(B) Arthur Bernardes, em Cubatão.
(C) Vale do Paraíba, em São José dos Campos.
(D) Do Planalto, em Paulínia.
(E) Gabriel Passos, em Betirn.

08.(ESA – 1992) É um importante eixo rodoviário que liga as cidades de São Paulo e Belo Horizonte:
(A) Anhanguera
(B) Régis Bittencourt
(C) Anchieta
(D) Raposo Tavares
(E) Fernão Dias.


GABARITO


01 - D
02 - E
03 - D
04 - D
05 - B
06 - A
07 - D
08 - E


PROVA DE GEOGRAFIA - 1993

01.(ESA – 1993) Aproveitando a maior amplitude de marés no Brasil, o Porto de ltaqui recebe navios de grande calado. Este porto está localizado na Ilha de:
(A) Marajó
(B) São Luis
(C) Vitória
(D) São Sebastião
(E) ltamaracá

02.(ESA – 1993) 0 Maciço de Urucum, localizado na região Centro-Oeste, contém importantes reservas de:
(A) bauxita e quartzo
(B) cassiterita e carvão
(C) ferro e manganês
(D) mármore e xisto betuminoso.
(E) petróleo e tungstênio.
.
03.(ESA – 1993) Uma tendência relacionada à dinâmica da população brasileira, registrada pelo Censo de 1980 e confirmada pelas informações do Censo de 1991, é o(a):
(A) predomínio da população rural sobre a população urbana.
(B) aumento da taxa de mortalidade.
(C) melhor distribuição da renda nacional.
(D) aumento da taxa de natalidade.
(E) queda da taxa de natalidade.

04.(ESA – 1993) Na região Sudeste, as indústrias aeronáutica e de material bélico estão concentradas no Município de:
(A) Juiz de Fora
(B) São José dos Campos
(C) São Bernardo do Campo
(D) São Caetano do Sul
(E) Volta Redonda

05.(ESA – 1993) Em relação ao Estado de Tocantins, podemos afirmar que:
(A) pertence á Amazônia Legal.
(B) pertence à região Sul.
(C) foi desmembrado do Estado do Pará.
(D) apresenta clima semi-árido.
(E) é banhado pelo rio São Francisco.

06.(ESA – 1993) A bacia Platina é formada pelos rios:
(A) Taquari, Iguaçu e Paraíba do Sul.
(B) Paraná, Iguaçu e Jacuí.
(C) Paranaíba, Grande e Paraíba do Sul.
(D) Paranapanema, Piquiri e Taquari.
(E) Paraná, Paraguai e Uruguai.

07.(ESA – 1993) 0 clima do Brasil central caracteriza-se por apresentar:
(A) grande amplitude térmica e chuvas concentradas no inverno.
(B) queda de neve e chuvas concentradas no verão.
(C) temperaturas elevadas e chuvas concentradas no inverno.
(D) temperaturas elevadas e chuvas concentradas no verão.
(E) pequena amplitude térmica e chuvas bom distribuídas o ano todo.

GABARITO

01 - B
02 - C
03 - E
04 - B
05 - A
06 - E
07 - D

sábado, 18 de julho de 2009

Temas de ATUALIDADES


A AMEAÇA DA GRIPE SUÍNA

Esqueça as balas perdidas, sequestros relâmpagos, acidentes de carro, desastres aéreos, ameaças terroristas, o perigo da proliferação nuclear – ou qualquer outro dos grandes temores do mundo moderno. O maior inimigo da espécie humana, desde tempos imemoriais, são seres mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo: os vírus. Em especial, o vírus influenza, da gripe, em seus variados tipos. Só para ter uma ideia da proporção da ameaça, a Primeira Guerra Mundial, com algumas das mais sangrentas batalhas da história, matou 16 milhões de pessoas, entre soldados e civis, em quatro anos. No fim da guerra, em 1918, um desses vírus apareceu ninguém sabe de onde e matou, em apenas dois invernos, algo entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas (os estudiosos jamais chegaram a um consenso sobre o número correto). Na semana passada, esse pavoroso inimigo tomou nova forma e ressurgiu. Sua voracidade – suspeita-se que ele tenha contaminado 2.600 pessoas e matado mais de 170, em apenas duas semanas – despertou temores de uma nova pandemia. Que, infelizmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, na quarta-feira, emitindo um alerta de nível 5 (o máximo é 6). Isso não significa que a catástrofe de 1918 vai se repetir. Mas significa que estamos em guerra de novo.
O primeiro sinal de ataque do vírus ocorreu no México. Maria Jovita Gutiérrez Cruz, de 39 anos, era uma fiscal do censo que diariamente fazia entrevistas porta em porta com cerca de 300 pessoas em Oaxaca, a 400 quilômetros da Cidade do México. Em 8 de abril, Gutiérrez foi internada com insuficiência respiratória aguda e diarreia severa. Nenhum tratamento convencional surtiu efeito. Cinco dias depois, ela morreu. Quase ao mesmo tempo, os médicos notaram dezenas de casos similares, a maioria na Cidade do México. No dia 16 de abril, autoridades mexicanas alertaram a OMS e enviaram amostras de secreções dos pacientes ao Centro de Controle de Doenças (CDC), em Atlanta, responsável pela vigilância epidemiológica nos Estados Unidos. Lá se identificou o agressor: trata-se de um vírus tipo A, subtipo H1N1, da mesma família da Gripe Espanhola, como ficou conhecida a pandemia de 1918. As gripes comuns, menos agressivas, são dos tipos B e C. O tipo A costuma vir dos animais. Este de agora veio dos porcos.

Pandemia

Pandemia ocorre quando há uma contaminação global por uma doença. No caso de uma gripe, acontece quando surge um novo tipo de vírus, frente ao qual o homem não possui defesas imunológicas e nem existem vacinas específicas para combater a doença. Por esse motivo, pode causar milhares de mortes. As pandemias de gripe são provocadas por uma mutação aleatória de vírus existentes nos organismos de animais selvagens ou domesticados, que passam também a infectar seres humanos. No organismo humano, o vírus sofre nova mutação, o que o torna letal. No caso de uma gripe comum, a receita mais famosa é "vitamina C e cama", ou seja, é preciso repousar e fortalecer as defesas do organismo para que ele dê conta do "invasor" (com exceção dos idosos, recém-nascidos e portadores de doenças que enfraquecem o sistema imunológico). Já com a gripe suína, cujo vírus é uma combinação de genes de porcos, aves e humanos, o corpo não tem defesas, pelo fato de desconhecer o "inimigo". Como esse tipo de gripe se transmite de pessoa para pessoa, do mesmo modo de uma gripe comum (pelo contato com secreções de pacientes infectados), e o tempo de incubação é curto, a doença se espalha rapidamente.

Gripe espanhola

Embora ocorram com certa regularidade na história, os cientistas só passaram a conhecer melhor as pandemias de gripe a partir das três registradas no século 20, em 1918, 1957 e 1968. Essas gripes, apesar dos sintomas parecidos, não devem ser confundidas com aquelas que pegamos no inverno, conhecidas como sazonais. O vírus influenza é classificado em três tipos: A, B e C. A gripe comum é de tipo C, e as de tipo A são as mais perigosas, que provocam pandemias.Existem quatro subtipos de influenza A conhecidos que provocam contágio entre humanos e estão em constante mutação: H1NI, H1N2, H3N2 e H7N2. Não faz parte desse grupo, por exemplo, a chamada
gripe aviária (H5N1), que contamina aves domésticas (frangos, patos, galinhas), cujo contágio se dá apenas com o contato com secreções do animal infectado e não entre pessoas, como a suína. Mesmo assim, desde 2003 matou 257 de 421 pessoas infectadas (61%), segundo a OMS.
A gripe suína atual é uma nova cepa (grupo de organismos dentro de uma espécie) do tipo H1N1. Esse vírus, bem como todos os demais subtipos A, são descendentes da pior de todas as pandemias registradas: a "gripe espanhola", que entre 1918 e 1919 matou 50 milhões de pessoas no mundo e contaminou um terço da população mundial (500 milhões), que era um quarto da atual. Na época não havia nem antigripais nem antibióticos, o que contribuiu para o grande número de mortos. Em comparação, a pandemia de 1957-1958 deixou entre 1 e 2 milhões de mortos e a última, entre 1968-1969, considerada leve, 700 mil. Ainda hoje, os cientistas sabem pouco sobre a "mãe" das pandemias. Somente em 1930 foi isolado o primeiro vírus da "gripe espanhola", justamente a suína (H1N1). A "gripe asiática" de 1957 é do tipo H1N2, descendente da suína.

Economia

O que vai determinar se a nova cepa de gripe suína vai se tornar a próxima pandemia, segundo especialistas, é: a) o quão adaptado (e mortal) o vírus pode se tornar no organismo humano e b) se continuar acontecendo a transmissão de pessoa para pessoa.
As pandemias passam por ondas que podem durar de seis a oito semanas. Na "gripe espanhola", por exemplo, a primeira onda foi mais branda e a segunda, mais letal. Pelo comportamento da epidemia atual, cujos casos fatais se restringem ao México e um bebê morto nos Estados Unidos, espera-se que a nova pandemia, caso se confirme, será considerada leve, isto é, com baixa mortalidade.
Além do risco de mortes, a doença também traz prejuízos à economia, o que pode vir a agravar ainda mais a
crise econômica global.
No México, onde as primeiras mortes foram confirmadas em 24 de abril, escolas e comércio foram fechados e todos os eventos públicos cancelados, na tentativa de conter o avanço da doença.
Outros países emitiram alertas contra viagens com destino a países afetados pela gripe, como no caso do Brasil, ou adotaram medidas restritivas, como nos casos da
Argentina e Cuba, afetando o turismo internacional.
A indústria de produtos suínos também contabiliza perdas, apesar do Ministério da Saúde ter descartado qualquer possibilidade de contaminação pelo consumo de carne (cujo cozimento mata qualquer tipo de vírus) ou de produtos que contenham carne suína. Em outras palavras, não se pega a doença comendo feijoada, torresmo ou cachorro-quente.

O que fazer

Os antivirais Tamiflu e Relenza são eficazes quando administrados em até 48 horas depois do aparecimento dos primeiros sintomas e previnem no caso de pessoas mais expostas ao risco de contágio. Mas o uso indiscriminado pode causar efeito contrário, fortalecendo o vírus.
Não se sabe ao certo se vacinas existentes terão algum efeito, em razão das mutações do vírus, nem sobre possíveis efeitos colaterais. Uma vacina específica contra a gripe suína levará meses para ser feita, conforme informou o governo norte-americano. Como prevenção, autoridades sanitárias recomendam lavar as mãos - para evitar contato indireto com a doença -, além do uso de máscaras em regiões mais afetadas pela gripe.
O Brasil possui um Plano de Contingência (
Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza) que prevê estoque de antivirais, produção de vacina, controle de fronteiras e reforço de redes assistenciais. Entretanto, diante das condições precárias de boa parte dos serviços públicos de saúde, é duvidoso que tenha capacidade de atender uma demanda urgente.

O que é e como a globalização potencializa o problema

Pandemia é uma epidemia que se espalha por uma região muito grande, como um
continente, ou até por todo o mundo. Uma doença é considerada pandemia quando é altamente contagiosa e ao se difundir mata grande número de pessoas. O câncer, por exemplo, é responsável por um número muito grande de mortes, mas não é considerado pandemia porque não é uma doença infecciosa, como a Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida).
Pelo menos 30 novas doenças foram descobertas em diversas partes do mundo nos últimos 20 anos. Características do mundo atual, como pobreza urbana, negligência no desenvolvimento de vacinas e baixa qualidade nos serviços de saúde pública, entre outras, potencializam os efeitos das pandemias.

Em 1957, ocorreu uma pandemia de gripe asiática: em seis meses, a doença deu a volta ao mundo, como mostra o mapa

Novas doenças

Os choques ambientais produzidos pelo homem, o turismo entre continentes, a
contaminação das águas, o surgimento de megafavelas criadas a partir do crescimento descontrolado da população urbana, a revolução na criação de animais, a industrialização e a internacionalização dos alimentos, entre outros fatores contribuem para a disseminação de novas doenças.
Prevêem-se, assim, muitas novas epidemias mundiais. Nas últimas décadas houve grandes
mudanças demográficas, tecnológicas e sociais que também aumentaram potencial para transmissão de doenças.
A cada 30 anos surge, por exemplo, um novo tipo de gripe que se espalha pelo mundo, provocando epidemias generalizadas.
A economia globalizada diminuiu as fronteiras entre os países. Vivemos na era em que pessoas e vírus podem fazer viagens aéreas e marítimas pelo mundo.

Micróbios mutantes

Mutações visam assegurar a sobrevivência dos micróbios. De tempos em tempos, surgem micróbios com características diferentes. Alguns desses seres são altamente letais aos seres humanos.
A facilidade com que as pessoas viajam pelo mundo pode disseminar as doenças mais perigosas. No entanto, os avanços tecnológicos, em especial das comunicações, também podem servir para facilitar a cooperação na descoberta de curas.

Casos conhecidos de pandemia

A difusão de doenças pelo mundo tem história de muitos séculos. No século 16, a peste negra (peste bubônica), que dizimou
cidades européias; ainda no século 16, a sífilis se tornou globalizada. No início do século 20, a cólera e a gripe espanhola mataram mais que a Primeira Guerra Mundial.
De tempos em tempos, surtos de febre aftosa causam prejuízos em países da Europa e no
Brasil. Outros casos famosos de pandemias são a Aids e a Sars (síndrome respiratória aguda).
A
gripe aviária, também chamada de gripe do frango, ainda não pode ser categorizada como pandemia, pois o vírus não causou, por enquanto, a transmissão da doença de humano para humano de forma contínua.
É necessário combater os problemas decorrentes de doenças infecciosas onde quer que ocorram. Uma epidemia nas áreas mais remotas da
África ou das Américas pode resultar em surtos em quase todos os lugares do mundo. Na era globalizada, a saúde de cada ser humano do planeta tornou-se relevante para a saúde de todos os demais.

REUNIÃO DO G-20

A crise econômica internacional é o principal tema em discussão no encontro de líderes das potências industriais e países emergentes, o G-20, iniciada dia 2 de abril, em Londres, capital do
Reino Unido. A cúpula vai debater medidas para conter o protecionismo, reestruturar o mercado global de finanças e impedir novas crises. No entanto, não é esperado o anúncio de novos pacotes de estímulos fiscais, que é quando os governos gastam mais, reduzem a arrecadação de impostos e diminuem a taxa de juros, para com isso gerarem empregos e fazer com que as pessoas consumam, "reaquecendo" a economia.
No entendimento do G-20, as medidas já implementadas nos
Estados Unidos, Europa e Ásia seriam suficientes para o mercado financeiro se recuperar a partir de 2010. Quais são, então, as expectativas com a reunião?

O que é o G-20

O G-20, ou Grupo dos Vinte, foi criado em 1999 com o objetivo de propor soluções em conjunto para a economia mundial. O primeiro encontro com ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países mais ricos do planeta foi realizado em Berlim, capital da
Alemanha.
Antes, havia somente o G-7, grupo das sete nações mais desenvolvidas do planeta (que, após a entrada da
Rússia em 1997, passou a ser chamado G-8), mas houve a necessidade de incluir os chamados países emergentes, como Brasil, China e Índia, cujos mercados em expansão interferiam na ordem econômica mundial.
Juntos, os países membros do G-20 representam 90% do
PIB (Produto Interno Bruto) e 80% do comércio globais, bem como dois terços da população mundial.O grupo é formado por integrantes de 19 países - África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia - mais a EU (União Europeia), representada pelo presidente do Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu.
Estrutura

Os encontros ocorrem uma vez por ano e o cargo da presidência é rotativo: este ano, acontece no Reino Unido, que preside o fórum; em 2010, será na Coreia do Sul. No ano passado, a cúpula se reuniu em São Paulo, entre os dias 8 e 9 de novembro.
Além da crise econômica, outros assuntos tratados pelos dirigentes abrangem desenvolvimento sustentável, aquecimento global e ações contra a lavagem de dinheiro, a corrupção e o financiamento do terrorismo.
Em 2008, dias depois da conferência no Brasil, os chefes de Estado se reuniram em Washington, capital dos Estados Unidos, em caráter extraordinário, onde pela primeira vez trataram da atual crise econômica. O encontro no Reino Unido dará continuidade às propostas discutidas na Casa Branca.

Pauta

A tarefa que o G-20 tem pela frente é pouco modesta: nada menos que reinventar o capitalismo. Para isso, precisam convencer os governos a manterem a política do livre mercado e evitarem o protecionismo (defesa do mercado interno contra a concorrência estrangeira, impedindo a entrada de produtos importados, por exemplo), comum em tempos de crise.
Os países membros do Grupo dos Vinte enfrentam graves problemas domésticos com a crise, principalmente Estados Unidos, Japão e Europa, com quedas sucessivas do PIB, falência de instituições financeiras e indústrias e desemprego em massa.
O Banco Mundial estima que este ano a economia global vai contrair 1,7% - ao invés de crescer 0,9%, conforme previsto anteriormente - e sofrer uma queda de 6,1% no volume do comércio mundial de bens e serviços.
No Brasil, o PIB registrou queda de 3,6 no quarto trimestre de 2008, a maior desde 1996. PIB é a soma das riquezas produzidas pelo país num determinado período e constitui um dos principais indicadores da economia.
Para reverter esse quadro, além de pacotes fiscais, discute-se a fiscalização do mercado financeiro para evitar novas recessões. Ou seja, a cúpula defende a manutenção do livre mercado, mas com a adoção de mecanismos que limitem a especulação.

Resistências

Chegar a acordos, entretanto, não é tão simples assim. Entre os obstáculos está o próprio Estados Unidos, maior economia do mundo e extremamente protecionista, que reluta em aceitar um controle externo de seu mercado.
Em oposição, o presidente da França,
Nicolas Sarkozy, já avisou que vai se recusar a assinar a declaração final da cúpula e deixar o G20, caso não se aprovem medidas mais rigorosas de regulação do mercado.
Já o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que em diversas vezes responsabilizou as nações ricas pela crise, defende maior influência econômica para países emergentes, como o Brasil, o que significa diminuir a de outros estados.

Protestos

O noticiário econômico sobre o G-20 muitas vezes é superado pelas notícias de prisões e confrontos com manifestantes, durante protestos que fazem parte da tradição do fórum. Dada a importância da cúpula e a visibilidade que consegue junto à mídia internacional, é natural que também atraia ativistas políticos.
Os grupos de manifestantes são os mais variados, desde
socialistas e anarquistas que defendem o fim do capitalismo até e ambientalistas, que pressionam por leis mais duras contra a emissão de poluentes nos países ricos. Há também entidades religiosas e pacifistas. Para recebê-los, foi montado um forte esquema de segurança, visando proteger mais de 50 delegações que participam do evento na capital britânica.
Uma semana antes do encontro, cinco jovens que planejavam uma manifestação foram detidos com armas no Reino Unido e dezenas de milhares de pessoas participaram da marcha Put People First (Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar), movimento que luta pela igualdade social e a preservação do meio ambiente.
Um dia antes, ocorreram novas prisões e passeatas em diversos pontos do país, a maior organizada pelo G20 Meltdown (Derretimento do G20), um dos principais movimentos de oposição ao Grupo dos Vinte.

BRASIL COMEÇA A EXPLORAR RESERVAS EM ÁGUAS PROFUNDAS

A
Petrobrás iniciou no último dia 1º de maio, Dia do Trabalho, a exploração de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, que abriga as maiores jazidas na camada pré-sal. O empreendimento vai colocar o Brasil entre os dez maiores produtores mundiais e o tornará uma das grandes potências energéticas, comparável ao Oriente Médio.
A descoberta, anunciada em 2007, é vista pelo governo como a salvação para os problemas econômicos do país. Porém, as dificuldades para extração do minério - situado a uma profundidade que a companhia jamais atingiu - e a falta de estratégias mais bem definidas para a exploração, representam barreiras a serem superadas para que o sonho se torne realidade.É como se tivéssemos nas mãos um bilhete premiado de loteria. Se não soubermos como administrar a riqueza, ele se evapora de nossas mãos.

Riquezas

Pouco se sabe ainda sobre as reservas localizadas em águas ultraprofundas do litoral brasileiro. Por isso, a companhia começou fazendo o chamado TLD (Teste de Longa Duração). Ele consiste no levantamento de informações para definir a quantidade de petróleo existente e qual o melhor modelo de exploração. Esta etapa levará 1 ano e 3 meses para ser concluída. Ao todo, os campos de pré-sal possuem 800 km de extensão e 200 km de largura, indo desde o litoral de Santa Catarina até o Espírito Santo. Segundo a Petrobrás, Tupi, que possui a maior reserva, deve ter entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo. O volume corresponde a quase metade das reservas brasileiras, de14 bilhões de barris.
A plataforma na Bacia de Santos tem capacidade de produzir 14 mil barris de petróleo por dia e, no próximo ano, atingir 100 mil barris/dia, de acordo com a empresa. Para 2017, estima-se que o número chegue a 1 milhão, que é quando finalmente dará o retorno financeiro. A empresa anunciou investimentos de US$ 28,9 bilhões (R$ 62 bi) até 2013.

Tecnologia

Mas para chegar até as jazidas não será nada fácil. Será preciso descer a uma profundidade de 2 km, perfurar 1 km de rocha e mais 2 km de espessura de sal e 2 km de solo, totalizando 7 km desde a superfície. E, além disso, serão necessários dutos para transportar o petróleo, localizado a uma distância de 340 km da costa litorânea. Para se ter uma ideia, a distância é três vezes maior que a que separa as plataformas da Bacia de Campos do litoral carioca.
O país possui tecnologia, o problema são os custos elevados. O desafio é conseguir refinar o produto e, ao mesmo tempo, garantir um valor competitivo com o mercado. Este custo de exploração envolve não somente a tecnologia de extração como também a logística para o transporte. Se o processo todo ficar muito caro, o produto também ficará caro e ninguém vai querer comprar.
O risco em jogo é saber exatamente se o volume de petróleo existente na camada pré-sal vai compensar o investimento, e quanto vai custar o barril do petróleo daqui a 10 anos, quando serão colhidos os frutos.
O valor do barril varia conforme a demanda e a oferta, mas fatores como a
crise econômica mundial e os conflitos no Oriente Médio também influenciam no preço. Hoje, ele é negociado a US$ 53 (R$ 113). Para a empresa, o ideal será chegar a US$ 40 (R$ 85).

Investimento

Atualmente, o Brasil exporta petróleo do tipo pesado, que tem valor mais baixo no mercado, e importa o tipo leve, mais caro. Isso provoca um déficit nas receitas: em 2008, o país exportou 158,1 milhões de barris (ganho de US$ 13,6 bilhões [R$ 29,2 bi]) e importou 147,9 milhões de barris (gasto de US$ 16,3 bilhões [R$ 35 bi]), de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
As reservas da camada pré-sal são, principalmente, de
hidrocarbonetos leves (óleo e gás), o que vai reduzir as importações do produto e aumentar os ganhos com a exportação. É por isso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no último dia 4 de maio, que o Brasil vai conquistar sua "segunda independência": a primeira, de 1822, foi política, enquanto essa será econômica.

Política

Além das questões financeiras envolvidas, existe uma decisão a ser adotada com urgência, que diz respeito à definição de um novo marco regulatório. Ele é importante porque vai dizer como investir e administrar o "prêmio" da loteria da natureza. A nova regulamentação vai dizer quem vai poder explorar os campos, quais serão os ganhos dos governos (Federal e Estadual) e para que áreas os recursos serão destinados (educação, por exemplo). Enfim, como será a partilha do bolo. A decisão é fundamental porque um planejamento mal feito pode transformar o sonho num pesadelo. Um exemplo é o que os economistas chamam de "doença holandesa", que é quando a exploração de riquezas naturais afeta outros setores da indústria. O conceito surgiu nos anos de 1970. Na época, a descoberta de uma fonte de gás natural na
Holanda aumentou as receitas com exportação e valorizou a moeda nacional. Com isso, outros produtos perderam competitividade no mercado internacional e as indústrias quebraram.
Nações ricas em petróleo, como países da
África e Oriente Médio, tem um histórico de mazelas sociais, guerras e instabilidade política. O bilhete de loteria também pode se tornar uma maldição. Por isso, tão importante quanto extrair da riqueza é saber o que fazer com ela para manter o crescimento a longo prazo.


REGIÃO NORDESTE

A área do Nordeste brasileiro é de aproximadamente 1.558.196 km², equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior
costa litorânea. Um fato interessante é que a região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea, respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de litoral. A região toda possui 3.338 km de praias.
Está situado entre os
paralelos de 01° 02' 30" de latitude norte e 18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o oceano Atlântico; ao sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás.

ASPECTOS FÍSICOS

1 – Relevo

Formada pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, a maior parte desta região está em uma extensa depressão, antiga e aplainada pela erosão.
Em função das diferentes características físicas que apresenta, a região encontra-se dividida em sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão.
Uma das características importantes do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o
Borborema e a bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina e a Araripe. Entre essas regiões ficam algumas depressões, nas quais está localizado o sertão, que é uma região de clima semi-árido.
Segundo o professor
Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Projeto Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba, a Depressão Sertaneja e do São Francisco e parte dos planaltos e serras do Atlântico-Leste-Sudeste, além das planícies e tabuleiros Litorâneos.
No Nordeste brasileiro, há formações rochosas típicas do clima semi-árido, com presença de morros residuais onde houve colaboração da erosão eólia, estas formações recebem o nome de Inselbergs.

2 - Sub-regiões e clima

1 – MEIO-NORTE
2 – SERTÃO
3 – AGRESTE
4 – ZONA DA MATA

O meio-norte compreende da faixa de transição entre o sertão semi-árido do Nordeste e a região amazônica. Apresenta clima úmido e vegetação exuberante, à medida que avança para o oeste.
A zona da mata estende-se do estado do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 km de largura. O clima é tropical úmido, com chuvas mais frequentes no outono e inverno. O solo é fértil e a vegetação natural é a mata atlântica, já praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar desde o início da colonização.
O agreste é a área de transição entre a zona da mata, região úmida e cheia de brejos, e o sertão semi-árido. Nessa sub-região, os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, onde predominam as culturas de subsistência e a pecuária leiteira.
O sertão, uma extensa área de clima semi-árido, chega até o litoral, nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. As atividades agrícolas sofrem grande limitação, pois os solos são rasos e pedregosos e as chuvas, escassas e mal distribuídas. A vegetação típica é a caatinga. O rio São Francisco é a única fonte de água perene.

3 – Hidrografia

O Nordeste possui importantes bacias hidrográficas, dentre as quais podemos destacar:
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Bacia do São Francisco: é a principal da região, formada pelos rios São Francisco e seus afluentes. São praticadas atividades de pesca, navegação e produção de energia elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó, delimita as divisas naturais de Bahia com Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
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Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de, aproximadamente, 2.700 km².
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Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Capibaribe, Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba e Una.
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Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre o Nordeste e a região Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como manguezais, babaçuais, várzeas, etc.
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Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.

4 – Vegetação

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vegetação nordestina é bastante rica e diversificada, vai desde a Mata Atlântica no litoral à Mata dos Cocais no Meio-Norte, ecossistemas como os manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, possuem fauna e flora exuberantes, diversas espécies endêmicas, uma boa parte da vida no planeta e animais ameaçados de extinção.
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Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, em consequência dos desmatamentos, que ocorreram em função, principalmente, da indústria açúcareira, hoje só resta cerca de 5% da vegetação original, dispersas em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que começou o processo de extração do pau-brasil.
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Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semi-árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, os estados abrangidos por esse tipo de vegetação são o Maranhão, o Piauí, o Rio Grande do Norte, parte do Ceará e o Tocantins na região Norte. Representa menos de 3% da área do Brasil.
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Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão e o oeste da Bahia. Apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos, no chão é coberto por gramíneas e apresenta um solo de alta acidez.
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Caatinga: vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, o aveloz e as cactáceas. É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.
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Vegetação Litorânea e Matas Ciliares: por último, mas não menos importante. Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, que é um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios, lagoas; também podemos incluir as restingas e as dunas que são cenários bem conhecidos do Nordeste; Já as matas ciliares ou matas-galerias são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata, são pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concetração de materiais orgânicos no solo, funcionam como uma proteção para os rios e mares.

ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS

1 - Turismo

O grande número de cidades litorâneas com belas praias contribui para o desenvolvimento do turismo. Muitos estados investem na construção de parques aquáticos, complexos hoteleiros e pólos de ecoturismo. Esse crescimento, no entanto, favorece a especulação imobiliária, que em muitos casos ameaçam a preservação de importantes ecossistemas.
A cultura nordestina é um atrativo à parte para o turista. Em cada estado, há danças e hábitos seculares preservados. As rendas de bilros e a cerâmica, são as formas mais tradicionais de artesanato da região. As festas juninas em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) são as mais populares do país. O nordeste é a região brasileira que abriga o maior número de Patrimônios Culturais da Humanidade, título concedido pela UNESCO. Alguns exemplos são: a cidade de Olinda (PE), São Luís (MA) e o centro histórico do Pelourinho, em Salvador (BA).
Há ainda o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, um dos mais importantes sítios arqueológicos do país. O carnaval continua sendo o evento que mais atrai turistas, especialmente para Salvador, Olinda e Recife. Cada uma dessas cidades chega a receber 1 milhão de turistas nessa época.
Outro grande destaque a nível nacional e mundial é Fernando de Noronha, com suas maravilhosas paisagens naturais e mar cristalino, local que abriga os golfinhos saltadores, conhecidos em todo o mundo.

2 - Recursos minerais

O Nordeste é rico em recursos minerais. Os destaques são o petróleo e o gás natural, produzidos na Bahia, em Sergipe e no Rio Grande do Norte. Na Bahia, o petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental e processado no Pólo Petroquímico de Camaçari. O Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de petróleo do país, atrás do Rio de Janeiro. Produz também 95% do sal marinho consumido no Brasil. Outro destaque é a produção de gesso em Pernambuco, que responde por 95% do total brasileiro. O Nordeste possui ainda jazidas de granito, pedras preciosas e semi-preciosas. O Ceará se destaca na extração de granito, além de possuir uma das maiores reservas de urânio do país localizada no município de Santa Quitéria.

3 - Economia

Nos últimos cinco anos, a economia nordestina mostra-se mais dinâmica que a média do país. Uma das razões é o impulso da indústria e do setor de serviços.
A agricultura e a pecuária, contudo, enfrentam situação inversa nos anos 90. Os longos períodos de estiagem fazem com que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor apresente quedas sucessivas. A agricultura centraliza-se no cultivo de cana-de-açúcar, com Alagoas respondendo por metade da produção do Nordeste. Há alguns anos, teve início o desenvolvimento de lavouras de fruticultura para exportação na área do vale do São Francisco - onde há inclusive cultivo de uvas viníferas - e no Vale do Açu, a 200 km de Natal (RN). É no Rio Grande do Norte que são produzidos os melhores melões do país. A pecuária ainda sofre os efeitos da estiagem, mas o setor avícola desponta. O Ceará se destaca na produção de frutas irrigadas como: melão e abacaxi, além das flores principalmente rosas produzidas em São Benedito na cuesta da Ibiapaba e Guaramiranga no maciço de Baturité.

4 - População e transportes

As maiores cidades nordestinas são Salvador, Fortaleza, Recife, Natal, João Pessoa, Maceió, São Luís, Aracajú, Ilhéus, Itabuna, Teresina, Campina Grande, Feira de Santana e Olinda. As rodovias em geral são precárias. Há, entretanto algumas boas e surpreendentes exceções. As principais vias de escoamento e transporte de carga rodoviária são efetuadas pela BR-116 e BR-101. Os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza são os principais destaques.

CARACTERÍSTICAS DOS ESTADOS DA REGIÃO NORDESTE

BAHIA

Modernização do estado:
Na Bahia, o processo de modernização se inicia nos anos 50, com a descoberta de petróleo no Recôncavo Baiano, a construção da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso (1954) e a abertura da rodovia Rio - Bahia (1957). Na década seguinte, passa a ser atendida pela SUDENE e recebe recursos, sobretudo para a ampliação da agricultura irrigada na bacia do São Francisco. A partir de 1974, esse cultivo fica sob supervisão da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF). Ainda nos anos 70, incentivos fiscais favorecem a implantação do Pólo Industrial de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, o maior centro industrial do nordeste.

A Bahia de hoje:
Mais populoso estado do nordeste, a Bahia recebe todos os anos milhões de turistas. Com a mais extensa faixa litorânea do Brasil (922 km), tem praias famosas como as do Forte, Salvador, Itaparica, Morro de São Paulo, Ilhéus, Comandatuba, Porto Seguro, Arraial d'Ajuda, Trancoso, Lençóis, Prado, Alcobaça, Caravelas e Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que reúne a maior variedade de corais do país. Na região central destaca-se a Chapada Diamantina, com cachoeiras, grutas e cavernas. Nada a menos que 2,4 milhões de hectares do território, consistem em áreas de proteção, parques, cinturões verdes, reservas, estações ecológicas, jardins botânicos ou monumentos naturais, que, juntos, ocupam 4,2% do território baiano, área equivalente à área de Sergipe.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o setor de serviços liderado pelo turismo, responde por 40,8% do PIB baiano (2004), que representa quase um terço de toda a riqueza produzida pela região nordeste.
Salvador, capital do estado e também a primeira capital do Brasil, tem arquitetura marcada pelas construções do período colonial. São igrejas, fortes, palácios e cerca de 350 casarões do Pelourinho, transformado em patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO e recentemente restaurado. Ruas estreitas e ladeiras íngremes, Salvador divide-se em cidade alta e cidade baixa, ligadas na região central pelo Elevador Lacerda. A capital baiana tem outra vocação que vem ganhando força, seguindo uma tendência nacional: o turismo de negócios. No ano de 2006 a ocupação dos hotéis de segunda a quinta-feira bate de longe os fins de semana. São Paulo continua a liderar o setor, com 70% do movimento, porém investimentos no setor hoteleiro soteropolitanos dirigidos para atender os executivos tem produzido bons resultados: o Hotel Transamérica Salvador, por exemplo, abriga em média 25 eventos por mês.
Na Bahia reside o maior número relativo de negros e mulatos do país e a cultura africana tem influência na culinária e no sincretismo religioso, em festas como a do Nosso Senhor do Bonfim e de Iemanjá. A música e os ritmos baianos atraem visitantes de todo o mundo, especialmente durante o carnaval.

Mudanças na economia:
A indústria petroquímica baiana, responsável por grande parcela do PIB industrial, foi decisiva para que o estado apresentasse as empresas de mais elevada média de crescimento em 2006. Na lista das dez maiores empresas do estado, o pólo petroquímico de Camaçari emplacou quatro. A explicação pode estar na alta da cotação do preço do petróleo no mercado internacional, puxando o preço dos derivados (antes da crise atual que fez o preço do barril de petróleo despencar). Ainda assim, o governo procura reduzir a dependência em relação ao pólo petroquímico, incentivando o turismo, que leva a construção de um complexo de hotéis em Sauípe. Em Ilhéus, cresce o pólo de informática, e a montadora Ford se instalou em Camaçari, atraindo fornecedores de autopeças.
Os investimentos realizados nos últimos 15 anos na Bahia permitiram o surgimento de pelo menos três novas áreas prósperas: as regiões do baixo médio São Francisco, oeste e sul do estado, que concentram grandes empreendimentos. As duas primeiras revelam potencial para atividades ligadas ao agronegócio, baseadas principalmente na agricultura irrigada, expondo os contrastes de um estado com dois terços de seu território no semi-árido. A terceira região, que viveu durante anos do cacau, volta-se para o turismo. A soja, principal produto agrícola do oeste (destaque para Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães), apesar de safra recorde, deixa de ser o único centro das atenções dos agricultores, que apostam, no oeste baiano, no milho. Surgem também com força o algodão e o café, além da mamona, melancia, feijão e a pecuária.
Na pecuária, a criação de caprinos adapta-se às condições do semi-árido e traz bom retorno econômico. O estado chegou a ter o contingente de cabras mais expressivo do país, com 4 milhões de animais, mas a seca de 1998, castiga o rebanho que cai para 1,9 milhões. Na região semi-árida, ainda se criam 2 milhões de carneiros e ovelhas, o segundo maior rebanho brasileiro. Já a criação de bovinos atinge a expressiva marca de 10 milhões de cabeças.

PERNAMBUCO

Desenvolvimento insuficiente:
Na República, até as décadas de 30 e 40, Pernambuco mantém o perfil social, econômico e político herdado em grande parte da colonização. Na Zona da Mata e no litoral predominam a monocultura canavieira tradicional e as atividades mercantis; no agreste e no sertão, mais vulneráveis à seca, permanece a agropecuária de subsistência.
A modernização acelerada do país, a partir dos anos 50 e 60, provocam mudanças em Pernambuco. Os contrastes e conflitos internos da região acentuam-se. Em 1956 surgem as Ligas Camponesas, movimento em defesa da reforma agrária e dos direitos do homem do campo. Como todo o nordeste, o estado passa a contar com os recursos da Sudene. Recebe também investimentos da política de incentivos fiscais dos governos militares nos anos 70, sobretudo para a agroindústria do açúcar e do álcool e para alguns setores industriais, como o têxtil e o turístico. O desenvolvimento da indústria, porém, é insuficiente para absorver a mão-de-obra liberada pelo campo, o que impulsiona a migração para outras regiões do país.
Localizado no litoral do Nordeste, Pernambuco é um dos maiores centros turísticos do país. Com inúmeras praias e uma arquitetura que mostra a presença holandesa nos tempos do Brasil Colônia, Recife e Olinda são as cidades mais visitadas. O centro histórico de Olinda foi transformado em patrimônio da humanidade pela Unesco, mas corre o risco de sair da lista em razão do mau estado de conservação. O carnaval e o Recifolia - carnaval fora de época - atraem grande número de foliões. Destacam-se ainda a Festa de São João, em Caruaru, e o espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, ambas no agreste. Em seus 187 km de costa situa-se uma das praias mais procuradas do Nordeste, o balneário de Porto de Galinhas, no sul. Outra atração é a ilha de Fernando de Noronha, a 340 km do litoral brasileiro. Na culinária tradicional têm destaque a buchada de carneiro e a de bode, o sarapatel, a carne-de-sol com macaxeira e a moqueca de frutos do mar.
Alterações no perfil econômico:
A cana-de-açúcar, que durante séculos dominou a agricultura de Pernambuco, começa a dar lugar a plantações de rosas, gladíolos e crisântemos. Cidades como Garanhuns, Chã Grande e Paulista passam a se dedicar à floricultura por causa da decadência das grandes usinas de açúcar.
Além das flores, vêm crescendo as lavouras de café e as plantações de seringueiras. A fruticultura irrigada, produz, em 1999, 100 mil t de frutas, como uva, manga, melancia e banana. O pólo principal fica em Petrolina, no vale do rio São Francisco. Aumenta também a criação de cavalos e de gado bovino de leite e de corte.
Apesar da lucratividade dessas atividades agropecuárias, a cana-de-açúcar ainda desempenha papel importante na economia do estado. Pernambuco tem a segunda maior produção de cana do Nordeste, atrás de Alagoas. Porém, esse aumento não reverte o fato de Pernambuco estar mudando seu perfil econômico e deixando de ser um estado agrícola: nos últimos anos, o setor cresce menos que a média nacional e perde investimentos para o Ceará.
Além da agricultura oficial, há cultivo clandestino de maconha. A maior parte das plantações fica na divisa com Bahia e Alagoas, o "polígono da maconha". De acordo com o governo federal, o lucro com a produção ilegal da erva chega a ser 100 vezes maior do que o conseguido com as culturas tradicionais.
O estado está se transformando em um grande centro de serviços. Um dos setores que crescem mais rapidamente é o de varejo. Como exemplo, a rede de supermercados Bompreço lidera o ranking das maiores empresas regionais por vendas e apresenta, na última década, um aumento médio de 7,5% ao ano. Só a Suape, que administra um complexo industrial e portuário, perto do Recife, cresce mais: 8,5% ao ano, em média.
Em 2005, a Petrobrás firma acordo com a empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a construção de uma refinaria no complexo industrial e portuário de Suape, o mais completo pólo para a localização de negócios industriais e portuários da região nordeste brasileira. Orçado em US$ 2,5 bilhões.
Granito e calcário - Pernambuco se destaca na extração de recursos minerais, respondendo por 95% da oferta de gesso do país. Rico em granito e calcário, o subsolo vem permitindo o desenvolvimento das mineradoras.
O estado é um dos destaques em produção industrial do Nordeste, juntamente com Ceará e Bahia. As principais empresas são as alimentícias e as dos setores químico, de materiais elétricos, comunicações, metalúrgica e minerais não metálicos. Seu pólo de informática, na região do Recife, está entre os cinco mais importantes do Brasil.

CEARÁ

Fatos históricos:
Colonos portugueses, apoiados por expedições militares, começam a ocupar o Ceará por volta de 1610. O objetivo é proteger a capitania dos ataques de franceses, holandeses e ingleses, que se aliavam as tribos locais. O povoamento do interior do estado e o desenvolvimento da agropecuária são incrementados quando proprietários de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas chegam à região para fugir dos holandeses, instalados no litoral do Nordeste em meados do século XVII.
No início do século XIX, os cearenses participam da Revolta Pernambucana de 1817, das lutas de independência, enfrentando as forças portuguesas no Piauí, e ainda da Confederação do Equador, de 1824, novamente em Pernambuco. Durante o império, o estado envolve-se na campanha abolicionista e na campanha republicana - Ceará e Amazonas são as primeiras províncias brasileiras a declarar oficialmente extinta a escravidão em 1884. Em meados do século XIX, já era reduzida a participação do trabalho escravo na província. Nas últimas décadas do século XIX, a seca faz dezenas de milhares de cearenses abandonarem a região. A maioria parte para a Amazônia, em busca de trabalho nos seringais.
A república contribui para fortalecer o poder dos grandes fazendeiros, os coronéis. Liderados pelo clã dos Acioli, controlam todo o estado por meio dos "currais eleitorais" (eleitores vendem seu voto por dinheiro ou outro benefício). Quando o governo federal resolve intervir na poderosa oligarquia cearense e indicar Marcos Franco Rabelo para governar o estado, os coronéis reagem brutalmente, com o apoio do Padre Cícero, na Revolta do Juazeiro. Ceará moderno - As obras contra a seca intensificam-se a partir dos anos 40 e 50, quando o governo federal aplica mais recursos no estado pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), criado em 1943. São construídos dezenas de açudes, alguns de grande capacidade, como o de Orós, Banabuiu e Araras, localizados, respectivamente, no sudeste, centro e noroeste do Ceará. Os recursos da Sudene a partir dos anos 60 e os incentivos fiscais da década de 70 fazem crescer principalmente os setores têxtil e alimentício. Indústrias de transformação, alimentos e matérias-primas surgem apoiadas no aumento da produção de cana-de-açúcar e dos óleos de carnaúba, mamona e oiticica. As condições favoráveis ao plantio do algodão levam à instalação de indústrias têxteis na região.
Situado no Nordeste, o Ceará é um dos centros turísticos mais procurados do Brasil. A costa cearense, com 573 km, é um dos principais pontos de atração. Antigas vilas de pescadores, como Canoa Quebrada , marcada pelas falésias vermelhas, e Jericoacoara, com imensas dunas brancas, atraem visitantes de todo o mundo. Em Fortaleza há praias famosas, como a de Mucuripe e a do Futuro. O turismo é responsável por cerca de 3,5% do PIB do Ceará. Mais reconhecido pela potencialidade de seu litoral, o território cearense se alonga por extensões de serras e de sertões. O oeste destaca-se a serra da Merouca, a chapada da Ibiapaba. A leste encontramos a chapada do Apodi em cujos vales se encontra a produção de frutos tropicais e ao sul os 220 km de extensão da chapada do Araripe. Ao sul do estado, na divisa com Paraíba, Pernambuco e Piauí, situa-se a floresta Nacional do Araripe, onde está a maior concentração mundial de fósseis do Período Cretáceo (entre 140 milhões e 65 milhões de anos atrás).
A religião é responsável pela movimentação de mais de 1 milhão de pessoas vindas de todo o país, especialmente da Região Nordeste, que todos os anos seguem para a cidade de Juazeiro do Norte. É a devoção a Padre Cícero, líder político e religioso do vale do Cariri, cultuado desde o final do século XIX.
A política de descentralização adotada pelo governo estadual tem atraído empreendimentos industriais para o interior, principalmente nos setores calçadista, metal mecânico, siderúrgico, têxtil, de confecções e eletroeletrônico. Nos últimos sete anos, mais de 600 empresas nacionais e estrangeiras instalaram-se no estado, que investiu na concessão de incentivos fiscais. Mais da metade dos novos empreendimentos foram do setor industrial.

Combate à seca:
Localizado no semi-árido nordestino, o Ceará historicamente enfrenta problemas com a escassez de água. Verbas estaduais e federais patrocinam a construção de cerca de 100 obras no estado, entre canais, adutoras e açudes, cuja função será melhorar a distribuição da água. O projeto mais importante é o açude do Castanhão, no vale do rio Jaguaribe. Situado na interligação das bacias dos rios do Ceará, é três vezes mais extenso que o açude de Orós - o maior açude público do Nordeste. Com capacidade para armazenar 4,2 bilhões de m3 de água, poderá irrigar 43 mil hectares de terra e garantir o abastecimento a 2,7 milhões de pessoas na região metropolitana de Fortaleza e baixo Jaguaribe.
O litoral cearense, com 1,66 milhão de ha, onde chove 1,2 mil mm, com 15% a 20% de suas terras consideradas devolutas, é a aposta do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) para desenvolver a produção agrícola. Nessa região, segundo o Idace, excetuando-se as dunas, alagadiços e aglomerados urbanos, até 500 mil ha podem ser alocados para a agricultura, pois são áreas com solos razoáveis ainda não utilizados ou subutilizados. Por sua semelhança com a região do cerrado, com terras planas e chuvas satisfatórias, cujo único empecilho é a ocorrência de solos arenosos, para os quais já há tecnologia, essa área pode constituir-se na nova fronteira agrícola no Ceará.


BIODIESEL E O CEARÁ
Antes de analisarmos a questão do biodiesel no estado, se faz necessário definirmos o objeto de estudo. E, afinal o que vem a ser biodiesel? Não é uma resposta simples, pois este conceito vem sendo bastante discutido há várias décadas, já que este tema ao contrário do que pensam muitos, não é tão recente assim, data de várias décadas. No entanto, vamos a definição adotada pelo Programa Brasileiro de Biocombustíveis:
“Combustível obtido a partir de misturas, em diferentes proporções, de diesel e éster de óleos vegetais”.
“Tecnicamente o biodiesel é definido como um éster alquílico de ácidos graxos, obtidos da reação de transesterificação de qualquer triglicerídio (óleos e gorduras vegetais ou animais) com álcool da cadeia curta (metanol ou etanol). A transesterificação consiste na reação química de um óleo vegetal com um álcool, que pode ser etanol ou metanol, na presença de um catalisador ácido (HCL – ácido clorídrico) ou básico (NAOH – hidróxido de sódio). Como resultado, obtém-se o éster metílico ou etílico (biodiesel), conforme o álcool utilizado, e a glicerina”.
Fonte: FAESP – Federação de Agricultura do Estado de São Paulo
Portanto, a transesterificação nada mais é do que a separação da glicerina do óleo vegetal. A glicerina, sub-produto da produção do biodiesel, pode ser utilizada como matéria-prima na produção de tintas, adesivos, produtos farmacêuticos, têxteis, etc.
No caso do Brasil, a soja é a única oleaginosa que pode suprir imediatamente uma demanda em escala nacional. No entanto, não significa que o estado do Ceará deva se deter a esta espécie de oleaginosa, ao contrário, apenas recentemente algumas áreas do estado vem plantando soja em caráter “experimental” e sem o apoio do governo estadual. São empresas isoladas principalmente multinacionais que atuam na região do baixo Jaguaribe. Vale lembrar que ainda tem a questão do clima e da adaptação da soja, embora o estado do Piauí, cujo clima se assemelha ao do Ceará vem alcançando bons resultados com esta cultura.
Considerando as proposições acima, pode-se concluir que a soja não é a melhor alternativa para a produção do biodiesel no estado, pois apresenta os seguintes problemas:
Ø Pequenas plantações em caráter experimental;
Ø Menor rendimento do que outras culturas como a mamona e o coco.
Sendo assim, a mamona fica sendo para o estado, pelo menos por enquanto, a melhor alternativa, pois possui bom rendimento, além de ser uma cultura semi-perene, ou seja, ser resistente à escassez de água provocada pela irregularidade de chuvas do nosso clima.
E por fim, vale lembrar que o governo do estado acaba de inaugurar a primeira unidade de processamento de semente de mamona no município de Quixeramobim. O óleo extraído servirá como combustível puro, na forma de mistura, como complemento ao diesel extraído do petróleo, ou em baixas proporções como aditivo (de 1% a 4%). O biodiesel também poderá gerar energia elétrica, sendo que 27 propriedades já estão utilizando este tipo de energia no estado.
Vantagens da mamona à economia e ao meio-ambiente do estado do Ceará
· Geração de empregos diretos – no Ceará quem está à frente do projeto é a empresa Tecnologias Bioenergéticas Ltda (Tecbio) e a Fundação Núcleo de Tecnologia do Ceará (Nutec). Recentemente, empresas da iniciativa privada e instituições públicas estabeleceram parcerias para incentivar o cultivo de mamona para a produção do biodiesel no estado. Até 2007, a expectativa é de que sejam cultivados 70 mil hectares de mamona, que deverão atingir 66 dos 184 municípios do estado e que podem render 28 milhões de litros de biodiesel. O governo do estado prevê, com esta medida, criar cerca de 21 mil postos de trabalho e gerar uma renda de R$ 800,00 para cada 2 hectares plantados de mamona. E ainda existe a possibilidade de geração de empregos indiretos pelo chamado efeito-renda, já que parte da renda dos trabalhadores será convertida em consumo, o que fomente os setores da economia, principalmente o de serviços e comércio (terciário).
· O clima favorável do estado do Ceará.
· Além do fornecimento do biodiesel para combustível, seu resíduo ou sub-produto, a glicerina pode ser utilizada como matéria-prima na produção de tintas, adesivos, produtos farmacêuticos, têxteis, etc.
· A afinidade do cearense com este tipo de cultura, já que o Ceará foi o 1° produtor nacional de mamona.
· O biodiesel é um combustível renovável.
· Em termos ambientais existe a redução da emissão de gases poluentes.
· Possibilidade de redução das importações de petróleo e diesel refinado (de acordo com a ANP – Agência Nacional de Petróleo, cada 5% de biodiesel misturado ao óleo diesel consumido no Brasil representa uma economia de divisas de cerca de US$ 350 milhões/ano).
Desvantagens
· Custo elevado – o custo com matéria-prima para a produção do biodiesel inclui, além do óleo vegetal (mamona no Ceará), álcool metílico ou etílico (no caso do Brasil a melhor alternativa seria o etanol proveniente da cana-de-açúcar) e substâncias químicas que servem como catalisadores (hidróxido de sódio). Com todos estes gastos o preço final do biodiesel fica mais elevado do que o do óleo diesel derivado do petróleo.
· Mamona X degradação da caatinga – o cultivo de mamona para fornecimento do biodiesel pode levar a uma expansão agrícola desta cultura sobre as áreas de caatinga provocando o seu desmatamento.
· Maior viscosidade – pode ocasionar problemas de injeção do combustível.
· Perda da potência – embora esta desvantagem precise de mais estudos experimentos para ser comprovada.
Considerações finais
O preço mais elevado do biodiesel frente ao óleo diesel de petróleo se coloca como um obstáculo a sua produção. Entretanto, os produtos agrícolas apresentam tendência de queda em seus preços na medida em que se avançam as pesquisas e produção. No caso da mamona para o Ceará, vale ressaltar que não é uma cultura muito onerosa financeiramente e nem necessita de grande mecanização, o que pode tornar o biodiesel cearense bem competitivo no mercado.
A pequena mecanização leva a contratação de vários trabalhadores rurais principalmente para colheita e beneficiamento da mamona.
Por fim, devemos destacar a importância das políticas públicas para estimular a produção e consumo do biodiesel. Programas de desgravamento tributário são necessários e por isso mesmo, o governo do estado já isentou ao biodiesel do ICMS, o que incentiva sua produção e faz com que o preço se torne competitivo. Sem dúvida, o biodiesel de mamona é um importante vetor do desenvolvimento regional para o nordeste e mais especificamente ao estado do Ceará.
RIO GRANDE DO NORTE

Fatos históricos:
Uma da maiores capitanias do período colonial, o Rio Grande do Norte é doado a João de Barros, que inicia a colonização em 1535. A tentativa fracassa diante do ataque de corsários franceses e da resistência indígena. Somente no final do século, expedições portuguesas conseguem desembarcar na região, fundando o forte dos Reis Magos, em 1598, e a Vila de Natal, no ano seguinte. Vencida a hostilidade dos índios potiguares, os portugueses consolidam sua posição e saem do Rio Grande do Norte para expulsar os franceses de São Luís, no Maranhão, no início do século XVII. Com clima menos favorável ao cultivo da cana-de-açúcar, o estado torna-se centro de criação de gado para abastecimento das demais capitanias do Nordeste. Nessa época, também começa a ganhar importância a exploração do sal, que logo atrai o interesse holandês. O emprego do trabalho escravo indígena provoca forte reação dos cariris. Junto com outras tribos, eles desencadeiam a Guerra dos Bárbaros, em 1685, só encerrada com a intervenção de forças de bandeirantes paulistas nos primeiros anos do século XVIII.

Restrições econômicas:
Com uma atividade econômica secundária em relação à monocultura açucareira e em face das restrições impostas pela metrópole à comercialização do sal, o Rio Grande do Norte permanece uma capitania pouco povoada e pobre. Depois da independência, a província ganha alfândega própria, instalada em Natal, e passa a comercializar alguns produtos, como o sal e a carne-de-sol. Sempre ameaçado pela seca, que atinge periodicamente quase todo o interior, consegue algum resultado na agricultura plantando algodão e, no fim do império, instala as primeiras fábricas têxteis. A vida política do estado, na primeira metade do século XX, é marcada pelo envolvimento na Intentona Comunista de 1935. Na II Guerra Mundial cede terras para bases militares norte-americanas na região de Parnamirim, próxima de Natal. Apesar dos investimentos canalizados pela Sudene a partir dos anos 60, o desenvolvimento social e econômico do estado é lento.
Situado no extremo nordeste do Brasil, o Rio Grande do Norte tem 410 km de praia, com coqueiros, lagoas, dunas e sol constante. Este cenário torna o turismo uma das mais importantes fontes de renda do estado. Ao norte da capital, Natal situa-se a praia de Genipabu, com dunas de areia branca que chegam a atingir 50 m de altura. No litoral sul, as praias são mais estreitas e marcadas por falésias, como a da Pipa, onde é possível observar golfinhos e tartarugas-marinhas. No município de Parnamirim, localiza-se o primeiro centro de lançamento de foguetes da América do Sul, a Barreira do Inferno. O estado responde por 95% de todo o sal extraído no país. A liderança absoluta no setor é decorrente da pouca chuva, da temperatura elevada e dos ventos secos característicos da região, que favorecem a exploração das salinas. As principais estão em Macau e Areia Branca, no norte. Outra importante fonte de recursos é o petróleo. O Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o segundo no mar, atrás apenas do Rio de Janeiro. Também é o terceiro na exploração de gás natural, com 9% da produção brasileira. Em 2000, a Petrobras dobra a produção de gás no estado, construindo uma segunda unidade de processamento de gás natural em Guamaré, município-sede do Pólo Gás-Sal; e também, passa a produzir diesel e nafta no estado. O setor industrial se concentra nos distritos industriais de Natal e de Mossoró, onde predominam empresas têxteis, de confecção e de artigos voltados para o turismo. Há ainda um pólo cerâmico na cidade de Macaíba. Um programa de incentivos fiscais, implantado em 1996, visa a atrair empresas.